14 dezembro 2006

Physcis News Update nº 805

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 805, de 13 de dezembro de 2006 por Phillip F. Schewe, Ben Stein, Turner Brinton e Davide Castelvecchi. PHYSICS NEWS UPDATE

ARCO-ÍRIS DE RAIOS-X. Em 1670, Isaac Newton demonstrou a natureza composta da luz do Sol, quando enviou um raio de Sol cuidadosamente colimado através de um prisma, que decompôs a luz em um acro-íris de cores; enviando um feixe de luz singela através de um segundo prisma (sem que houvesse nova decomposição) Newton demonstrou que a cor não estava sendo imposta pelo prisma, mas era intrínseca à própria luz. Agora, usando a Fonte Avançada de Fótons (Advanced Photn Source) no Labratório Nacional Argonne, os físicos decompuseram um feixe de Raios=X (que são, ao fim e ao cabo, apenas uma versão mais energética da luz visível) em um arco-íris de cores. Tentar obter a reflexão de Raios-X em uma superfície é difícil porque os comprimentos de onda dos Raios-X são algo como 10.000 mais curtos do que os da luz visível. Uma reflexão bem obtusa de uns poucos décimos de grau é normalmente possível e, mesmo aí, o feixe de Raios-X sofre uma decomposição muito pequena com base no comprimento de onda. Entretanto, outro fenômento, a "Difração de Bragg", permite a decomposição de Raios-X por um cristal em ângulos largos; neste caso os Raios-X que entram não se decompoem somente de uma camada no topo do cristal, mas de vários planos atômicos. Além disso, se os planos atômicos não forem paralelos à superfície o cristal, o feixe de Raios-X vai se espalhar prismaticamente em uma faixa de comprimentos de onda componentes (ou cores). Na experiência do Argonne, um feixe penetrante de fótons de Raios-X de 9 keV, com uma dispersão angular de apenas 1 mircro-radiano (dois décimos de uma arco-segundo) foi decomposto para trás e espalhado em um arco-íris com uma dispersão angular de 230 micro-radianos (ver figura em http://www.aip.org/png/2006/272.htm). O físico Yuri Shvyd'ko diz que esse arco=íris não é somente uma novidade, mas tera várias aplicações práticas na óptica de Raios-X. Estas incluem o desenvolvimento de monocromatizadores de Raios-X (que produziriam feixes de Raios-X de comprimento de onda puro, ou monocromáticos) e espectrômetros de Raios-X com uma resolução muito mais alta. (Shvyd'ko et al., Physical Review Letters, 8 de dezembro)

O MELHOR INDÍCIO, ATÉ AGORA, PARA A EXISTÊNCIA DE ÁGUA RECENTE EM MARTE. Fotografias enviadas pela espaçonave "Mars Global Surveyor" revelaram a existência de novos depósitos brilhantes em sulcos na superfície de Marte que sugerem que correu água na superfície do planeta em algum momento nos últimos sete anos. As imagens, feitas em 2004 e 2005, mostram o que parecem ser depósitos de minerais, deixados por jatos de água escorrendo pelos lados de dois sulcos, de acordo com Michael Malin, o cientista-chefe do sistema de câmeras da espaçonave. Os depósitos de cor clara nõ estavam lá em fotografias tiradas em 1999. Enquanto que indícios anteriores mostravam a existência de gelo e vapor d'água abaixo da superfície de Marte, este é "o mais forte indício, até agora, de que a água ainda flui ocasionalmente na superfície de Marte", disse Malin na conferência de imprensa da NASA em 6 de dezembro. As baixas temperaturas do planeta, em conjunto com uma rarefeita atmosfera, não permitem que a água presista na superfície de Marte. Os pesquisadores acreditam que a água possa permanecer liquida por suficiente tempo, após aflorar de uma fonte subterrânea [ nota do tradutor: ou seria subariana? De qualquer forma, abaixo da superfície ], para carregar resíduos morro abaixo, antes de congelar ou evaporar. Estas novas descobertas aumentam as interrogações que cercam o potencial para a existência de vida em Marte; dadas água e uma fonte estável de calor, bactérias podem crescer em ambientes extremamente hostís. As formas dos depósitos são consistentes com o que esperaria ver se os materiais fossem carregados pela água, dizem os cientistas da NASA. As fotorafias mostram que um líquido fluiu facilmente em torno de pequenos obstáculos em seu caminho, montanha abaixo, ramificando-se, eventualmente, como dedos na extremidade. Com os padrões do fluxo se estendendo pela encosta de 500 a 600 metros [ outra nota do tradutor: "jardas" no original. Já que os americanos convertem livremente as jardas em metros, eu vou fazer o mesmo] , o cientista do Projeto, Kenneth Edgett, estima que o volume de cada jato de líquido era equivalente a "cinco a dez piscinas caseiras de água" [ mais uma nota do tradutor: sei lá quantos litros tem a "piscina doméstica americana média". Como a da minha casa tem cerca de 30.000 litros, eu fiquei com um valor entre 15.000 e 30.000 litros ]. O tom claro dos depósitos pode ser de material congelado que foi continuamente preenchido com gelo de dentro do corpo do depósito. Ou a cor clara poderia ser uma crosta salgada, que seria um sinal dos efeitos da água a concentração dos sais. Os depósitos provavelmente não são causados por poeira seca deslizando pelas encostas, porque a poeira movida por trilhas a esmo, redemoinhos e crateras novas em Marte, é tipicamente mais escura do que as áreas circunjacentes. (Mais informações - em inglês - na página da NASA. )

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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.


Um comentário:

quarkup disse...

bom site , o da Physics News sempre com notícias muito frescas .
Vou linkar o teu blog ao meu espero que não te importes