31 agosto 2007

Já começou o bate-boca

Notícia extraída do "The Guardian:

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Chefe do Exército Britânico ataca os EUA como "em bancarrota intelectual" sobre o Iraque



Peter Richards
Saturday September 1, 2007
The Guardian

O antigo chefe do Exército Britânico criticou a política pós-guerra dos EUA, chamando-a de "bancarrota intelectual".

O General Sir Mike Jackson, que comandou o exército durante a guerra no Iraque, descreveu como "disparatada" ("nonsensical") a alegação do antigo Secretário da Defesa dos EUA, Donnald Rumsfeld, de que as forças dos EUA "não realizam construção de nações". Ele també contra-atacou as insinuações de que as forças britânicas tenham falhado em Basra.

Mr Rumsfeld foi "um dos maiores responsáveis pela corrente situação no Iraque", diz o General Jackson says em sua autobiografia, "Soldado". Ele descreve a abordagem de Washington para o combate ao terrorismo global como "inadequada" por depender de poder militar. sobrepujando a diplomacia e a construção de nações.

Na última semana, o General Jack Keane, um comandante americano recentemente de volta do Iraque, declarou que a situação no Sul do Iraque estava "se deteriorando" e que havia um "desengajamento geral" dos militares bitânicos em Basra. Mas o General Jackson disse ao Daily Telegraph, que está publicando em capítulos seu livro: "Eu nã acho essa afirmativa justa".

"O que aconteceu no Sul, como no resto do Iraque, foi que a responsabilidade primária pela segurança deveria ser transferida para os iraquianos, uma vez que as autoridades iraquianas e a coalizão estivessem satisfeitos com seu treinamento e seu desenvolvimento fosse apropriado".

"No Sul, nós tínhamos responsabilidade por quatro províncias. Três delas foram entregues, de acordo com essa estratégia".

Ele também criticou a decisão de entregar o controle do planejamento da administração do Iraque ao Pentágono e declarou que a dissolução do exército e das forças de segurança iraquianos foi "muita miopia".

O Pentágono declarou que pontos de vista diferentes são uma "característica das sociedades abertas e democráticas".

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Nem os ingleses estão mais aguentando o Bush e seus trapalhões... Por isso e outras, Blair foi para o vinagre...

Oceanos tóxicos?

Extraído do EurekAlert:

University of Wisconsin - Milwaukee

Quando os bivalves dominavam o mundo

Paleobiologista estuda como o nível elevado de CO2 afetou a vida marinha primitiva



Margaret Fraiser, professora assistente de geociências na UW-Milwaukee, exibe fósseis dos poucos sobreviventes da extinção em massa Permiano-Triássico, a maior da história da Terra.


Antes da pior extinção em massa da vida na história da Terra – a 252 milhões de anos – a vida oceânica era diversa e organismos semelhantes às ostras, chamados braquípodes, dominavam. Depois da calamidade, quando pouca coisa mais existia, um tipo diferente de organismo semelhante à ostra, chamado bivalve, passou a dominar.

O que os destinos diferentes desses dois invertebrados podem contar aos cientistas acerca de sobrevivência a um evento de extinção em massa?

Muito, diz a paleoecologista da UWM Margaret Fraiser. Sua pesquisa sobre esta questão particular não só responde esta questão; ela também apoia uma teoria relativamente nova para a causa da extinção em massa que ocorreu quando o Período Permiano terminou e começou o Período Triássico: oceanos tóxicos criados por um excesso de dióxido de Carbono (CO2) atmosférico.

A teoria é importante porque pode auxiliar os cientistas a prever o que aconteceria nos oceanos durante um "evento CO2" moderno. E poderia dar-lhes uma idéia de quanto seria o tempo necessário para a recuperação.

O estudo da recuperação da ecologia é igualmente significativo, afirma Fraiser. A evolução das espécies sobreviventes na seqüência da extinção em massa, estabelece o cenário para a evolução dos dinossauros no final do Triássico.

Dos registros fósseis a céu aberto aos subaquáticos, tudo sugere que o trauma nos oceanos realmente começou no ar.

“As estimativas do CO2 na atmosfera de então ficam entre seis a 10 vezes mais do que a atual”, afirma Fraiser, uma professora assistente de geociencias. Faz sentido, diz ela. A maior erupção vulcânica contínua da Terra – conhecida como as “Armadilhas Siberianas” – estiveram exalando CO2 por cerca de um milhão de anos antes da extinção em massa Permiano-Triássica.



A escala de tempo mostra o intervalo de tempo entre a extinção em massa Permiano-Triássica e a menos grave extinção em massa que eliminou os dinossauros.


A extinção Permiano-Triássica varreu 70 por cento da vida na terra e perto de 95 por cento no oceano – quase tudo exceto os bivalves e um pequeno número de gastrópodes (caracóis).

O C02 é um gás de efeito estufa que influencia as temperaturas globais. Porém, afirma Fraiser, de acordo com o registro fóssil, altos níveis de C02 e os correspondentes baixos níveis de Oxigênio causam muito mais do que isso.

A hipótese se desdobra da seguinte maneira: Altos níveis de CO2 aumentariam as temperaturas, resultando em um aquecimento global em larga escala. Sem água fria nos Polos, a circulação oceânica teria estagnado. Os oceanos teriam se tornado pobres em Oxigênio, matando a vida nas águas mais profundas onde não havia a oportunidade para a água se misturar com o pouco Oxigênio restante na atmosfera.

Mais Dióxido de Carbono teria sido criado, à medida em que formas de vida iam morrendo e os micróbios os fossem decompondo, o que, por sua vez, teria criado o venenoso Sulfeto de Hidrogênio. Os oceanos teriam se tornado um coquetel inabitável.

Acompanhamento do CO2

De fato, muitos eventos de CO2 ocorreram na escala de tempo geológica e eles, literalmente, deixaram sua marca.

“Pode-se ver onde as rochas se tornam escuras”, diz Fraiser, apontando as camadas multicoloridas em uma amostra fóssil do período. “Isto é uma indicação de baixos níveis de Oxigênio na época. Estes são de locais que estavam submersos no início do Período Triássico”.

Fraiser, que acabou de concluir seu primeiro ano na UWM, é titular de uma de várias novas cadeiras de geociências e seu emergente programa de paleobiologia.

Ela coletou amostras fósseis dos sobreviventes do período nos locais onde hoje são a China, Japão, Itália e o Oeste dos Estados Unidos. As semelhanças entre os fósseis de todos esses lugares foi surpreendente.

“É algo inesperado ver isso”, afirma Fraiser. “Parece que esses bivalves e gastrópodos foram os únicos sobreviventes em todo o mundo”.

Eles possuíam todas as características certas para tolerar a falta de Oxigênio, diz ela. Eles eram pequenos habitantes de águas rasas, com um alto metabolismo e formato chato que lhes permitia se espalharem para extrair mais do limitado Oxigênio quando se alimentavam.

As condições tóxicas também inibiam a vida marinha em produzir conchas. O tamanho, de repente, tornou-se significativo para os moluscos e somente os muito pequenos sobreviveram, erodindo a cadeia alimentar marinha.

Recuperação ultra lenta

À medida em que organiza os registros rochosos de logo após a extinção em massa Permiano-Triássica, Fraiser também desenterrou indícios que explicam porque levou tanto tempo para a vida se recuperar. A resposta parece ser mais do mesmo: os níveis de CO2 permaneceram altos por muito tempo após a matança inicial.

“ Após outros eventos de extinção em massa na Terra, a vida ressurgiu dentro de 100.000 a um milhão de anos”, diz ela. “Mas com a extinção em massa Permiano-Triássica, nós não vemos uma recuperação por 5 milhões de anos. Existe uma complexidade e diversidade ecológica muito baixa por todo este tempo”.

Outro aspecto intrigante deste intervalo da história da Terra, diz Frasier, é que, de acordo com o registro das rochas do Triassico, ele foi limitado por dois eventos de CO2.

O primeiro foi o desaparecimento dos recifes de coral. “Esta falta acionou o alarme”, diz ela. “Isso era o que indicava que os níveis de C02 estavam elevados”.

No final, grandes comunidades de bivalves prevaleceram em números tão grandes que eles formaram seus próprios recifes.

O mapeamento de Fraiser do “efeito dominó” do CO2 na vida marinha do Triássico inicial tem valor para o estudo científico das alterações climáticas atuais, afirma o Professor de Geologia da UWM John Isbell.

“O sitema da Terra não se importa de onde vem o CO2”, diz Isbell. “Ele vai responder da mesma maneira”.

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Precisa acrescentar algo?... Talvez apenas que já se está observando um "branqueamento" na Grande Barreira de Coral da Austrália...

Atualizando a matéria em 07/09/2007:

Por favor, consultem o artigo "O fim de (minha) igenuidade ambiental da Lúcia Malla. Principalmente a seçâo dos comentários.

29 agosto 2007

Physics News Update nº 837

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 837, de 29 de agosto de 2007 por Phillip F. Schewe. PHYSICS NEWS UPDATE

ANTENA NUCLEAR. Um novo cálculo mostra que Raios-X, produzidos em máquinas planejadas ou em construção, podem ser convertidos em raios Gama ou outras partículas, usando um processo análogo ao que acontece quando ondas de rádios batem em uma antena.
Em uma antena convencional, as ondas de rádio excitam o movimento de elétrons ao longo de uma região extensa; por exemplo, em uma antena de telhado, a interação dos elétrons com as ondas de rádio incidentes são espalhadas pelo comprimento da antena, tipicamente um metro ou mais. A excitação concertada dos elétrons é então amplificada em um sinal com mais energia em um circuito sintonizado em um aparelho receptor de rádio.
Michael Kuchiev, um físico da University of New South Wales, Austrália, produziu um equivalente nuclear de tudo isto, um processo no qual Raios-X podem interagir em uma "antena" e serem "amplificados" em uma nova forma de energia — na forma de partículas. Fazer isto necessita apenas das circunstâncias adequadas.
A teoria da Eletrodinâmica Quântica (quantum electrodynamics = QED) sugere que tal conversão de luz laser, nas vizinhanças de um núcleo atômico, pode ocorrer em fortes campos elétricos, da ordem de 1018 V/m e densidades de potência laser de mais do que 1029 W/cm².
Tais condições podem ser alcançadas no futuro "x-ray free electron laser" (FEL). Nesse tipo de ambiente, com intensos campos elétricos de laser interagindo com o campo elétrico estático de um núcleo atômico, a uma distância de 10-4 nm, a absorção sucessiva de centenas ou milhares de fótons de laser pode ser transformada em um par elétron-posítron. Este tipo de produção de pares é inteiramente esperado na próxima geração de fontes de Raios-X.
Porém, de acordo com Kuchiev, outras coisas interessantes podem ser esperadas. O par elétron-posítron ainda fica imerso no potente campo elétrico, diz ele, e pronto para absorver ainda mais energia (de modo análogo ao movimento concertado de elétrons sendo amplificado em um sinal utilizável em um rádio), tanta energia que o par elétron-posítron pode ser até transformado em um par de múons, os irmãos mais pesados dos elétrons (ver figura em http://www.aip.org/png/2007/287.htm). Com efeito, o fenômeno da antena nuclear seria como ter um colisor elétron-posítron do tamanho de um átomo.(Physical Review Letters, artigo em publicação)

RESULTADO GRAVITACIONAL DO TERREMOTO MORTAL. Cientistas da Universidade do Texas usaram um par de satélites para medir as deformações sísmicas produzidas na Terra durante e após o enorme terremoto em Sumatra/Andaman de dezembro de 2004, aquele associado ao tsunami que matou centenas de milhares de pessoas nas costas do Oceano Índico.
A Experiência de Recuperação de Gravidade e Mudança Climática (Gravity Recovery and Climate Change Experiment = GRACE) consiste em dois satélites em órbita da Terra. O espaçamento relativo entre os dois satélites, monitorado continuamente, pode ser alterado pelas sutilezas das modificações gravitacionais disparadas pelo movimento dos objetos maciços por baixo deles. Isto pode significar grandes mudanças em águas terrestres e lagos, mudanças nos níveis dos mares, derretimento de calotas polares ou mudanças no leito do oceano, causadas por terremotos. Essencialmente, GRACE mapeia o campo gravitacional da superfície da Terra antes e depois de um terremoto. No caso do terremoto de Sumatra/Andaman, vários detectores estavam em funcionamento, mas somente GRACE pode medir e mapear a ruptura oceânica ao longo de toda sua extensão de 1.800 km, a partir do espaço (ver o mapa GRACE em http://www.aip.org/png/2007/288.htm).
Eles puderam fazer este mapa ao longo da duração do terremoto e depois, quando a Terra diminuiu sua ressonância sísmica. Um dos pesquisadores, Jianli Chen, diz que a missão de maior sucesso de GRACE, até agora, foi monitorar as modificações nas reservas de água da Terra e o derretimento das calotas polares, e, desta forma, é uma das mais importantes sentinelas que vigiam potenciais mudanças climáticas (Chen et al., edição corrente de Geophysical Research Letters; website: http://www.csr.utexas.edu/personal/chen/)

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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

21 agosto 2007

Physics News Update nº 836

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 836, de 21 de agosto de 2007 por Phillip F. Schewe. PHYSICS NEWS UPDATE

PULSO ELÉTRICO DE FEMTOSSEGUNDO ATIVADO POR LUZ. Cientistas no Canadá imaginam o uso de campos eletromagnéticos de luz laser para induzir e reverter pequenas correntes elétricas ao longo de fios moleculares, sem o uso da aplicação de uma voltagem aplicada através das pontas. Eles conseguiriam este feito mediante a aplicação de pulsos de laser especiais, contendo ondas de luz em duas freqüências diferentes, sobre uma molécula de poliacetileno, usada como uma junção entre dois fios metálicos em ambas extremidades ( ver figura em http://www.aip.org/png/2007/286.htm). Dependendo das exatas freqüências usadas, a duração em tempo do pulso e a relação de fase entre as duas componentes da luz, o pulso induzido de fluxo elétrico poderia consistir desde um único elétron, até muitos. Para o caso de um elétron posto em movimento pelo pulso laser de 400 femtossegundos, a "corrente" elétrica resultante seria de cerca de 0,4 microamperes.
Por que usar luz, no lugar de voltagem, para ativar eletricidade? Porque isto pode ser feito com lasers na escala de femtossegundos. Ignacio Franco diz que um uso potencial de eletricidade ativada por laser seria em futuros dispositivos optoeletrônicos tais como nanocomutadores utra-rápidos. (Franco, Shapiro e Brumer, Physical Review Letters, artigo em publicação)

OBSERVANDO POLARIZAÇÃO MAGNÉTICA EM ÁTOMOS SINGELOS. Físicos, da Universidade da Califórnia em Berkeley e no Laboratório de Pesquisas Naval, conseguiram medir as propriedades de spin de átomos individuais adicionados a uma superfície metálica. Eles fizeram isto, primeiro formando ilhas triangulares, na escala de nanômetros, de Cobalto por sobre um cristal de Cobre. O Cobalto é ferromagnético, o que significa que os spins dos átomos de cobalto nas ilhas se alinham todos para cima juntos (metade das ilhas tem seus spins coletivo apontando para cima, enquanto a outra metade aponta para baixo).
Átomos adicionais (adátomos = adatoms = aditional atoms) magnéticos, pulverizados em cima das ilhas têm sipns que interagem magneticamente com o Cobalto subjacente, fazendo com que os spins dos adátomos ou se alinhem ou contra-alinhem com os spins das ilhas subjacentes. Assim, quando uma pequena quantidade de átomos de Ferro (também foram usados átomos de Cromo) é despejada sobre as ilhas, eles imediatamente se tornam orientados (polarizados) pelo contato com uma ilha de Cobalto. Desta forma, átomos isolados (até 5 nm de separação) foram preparados com um estado de polarização definido (ver figura em aip.org/png/2007/285.htm).
A seguir, os níveis quânticos de energia dos adátomos magnéticos foram estudados, usando-se uma ponta de um microscópio de tunelamento (scanning tunneling microscope = STM), o qual tinha sido, ele próprio, magnetizado. Os níveis de energia quântica dos adátomos de Ferro e Cromo foram amostrados mediante a observação das correntes que fluiam dos adátomos para a ponta do STM. A corrente medida assim será maior ou menor, dependendo da polarização do spin da ponta estar alinhada a favor ou contra cada adátomo individual observado.
Os estados de energia dos adátomos são vistos de maneira diferente para estados de spin-up e spin-down, indicando que os átomos de Ferro e Cromo se acoplam magneticamente ao Cobalto com polaridade oposta. Um dos pesquisadores, Michael Crommie, da UCB, diz que ainda é muito cedo para tentar armazenar dados na forma de átomos individualmente polarizados. Em lugar disto, eles estão procurando compreender como o spin de um átomo individual é influenciado por seu ambiente, com vistas a aplicações futuras em spintrônica e aplicações informáticas. (Yayon et al., Physical Review Letters, 10 de agosto de 2007; website do laboratório: http://physics.berkeley.edu/research/crommie/)

BEN STEIN, co-editor do Physics News Update, quase que desde seu surgimento, 17 anos atrás, deixou a AIP para assumir um importante cargo de informação pública no NIST-Gaithersburg. Durante seus anos na AIP, ben foi uma figura importante no funcionamento da sala de imprensa de grandes encontros da AIP, no estabelecimento de técnicas de comunicação externa inovativas, tais como "salas de imprensa virtuais" (e.g., http://www.acoustics.org/press/index.html#t01), e na publicação dos resultados das pesquisas das sociedades-membros da AIP em geral.

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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

18 agosto 2007

Aparentemente, nada a ver...

Via EurekAlert, um artigo me chamou a atenção:

Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobrem que as palavras de um CEO podem antecipar inovaçõs futuras em uma companhia

Muitos acionistas gostariam de poder olhar em uma bola de cristal e predizer o desempenho de uma firma. Pesquisadores da Universidade de Minnesota descobriram que eles precisam de algo bem menos místico para prever as futuras inovações das firmas. “A resposta reside nas palavras do CEO,” afirmou Rajesh Chandy, professor de marketing da Carlson School of Management. “Pela simples contagem de frases dirigidas ao futuro nos relatórios anuais, podemos predizer as inovações futuras em uma firma.” [Nota do tradutor: o anglicismo "CEO" está tão consagrado, que eu não me dei ao trabalho de traduzir para "Presidente", "Presidente Executivo", ou qualquer outro título em português. No final, quer dizer: "quem manda"]

Na publicação “Managing the Future: CEO Attention and Innovation Outcomes” ("Gerenciando o Futuro: Resultados da Atenção e Inovações do CEO"), a ser publicada no Journal of Marketing, Chandy e os co-autores Manjit Yadav, da Texas A&M University, e Jaideep Prabhu do Imperial College, London University, mostram que os CEO que focalizam sua atenção em eventos futuros, bem como nas atividades externas à firma, levam suas firmas a uma adoção e invenção de tecnologias mais precoce, assim como um maior e mais rápido desenvolvimento de inovações. Em contraste, mais atenção a operações internas leva a uma detecção, adoção e implementação mais lenta de novas tecnologias.

As palavras, não só as ações, do CEO estabelecem o tom para inspirar, impelir e motivar inovações pelos empregados de uma firma. Para investigar sua teoria, Chandy e seus co-autores estudaram dados empíricos, coletados da industria de online banking, ao longo de um período de oito anos, para determinar o desempenho delas quanto à rapidez de detecção, velocidade de desenvolvimento e amplitude da aplicação da tecnologia. Contando o número de palavras e frases com referência ao futuro em cartas aos acionistas, durante esse período de tempo, eles foram capazes de predizer o nível de inovação da firma até cinco anos depois.

“A pressão diária de dentro da corporação tende a ocupar a maior parte do tempo de um CEO, sobrepujando sua capacidade de atenção”, explica Chandy. “Entretanto, porque o CEO estabelece o tom e a cultura, não raciocinar adiante e para fora da firma tem conseqüências altamente negativas para a inovação”.

Os pesquisadores alertam os CEO para direcionar sua atenção para o que está fora de suas firmas, em lugar dos problemas internos, cuja solução estará melhor colocada em outras mãos. “A tentação em se focalizar em incêndios dentro a firma pode levar a esquecer seu trabalho”, afirma Chandy. “Um CEO que focaliza o quadro geral, não as picuinhas, vai influenciar o processo de inovação e os resultados futuros da firma mais do que um que tenha um foco mais no cotidiano”.

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Extrapolando de negócios particulares para negócios públicos, talvez seja este um dos problemas da Administração Pública. Não que os erros do passado não devam ser corrigidos, mas está faltando "pensar no futuro".

Talvez, se "deixássemos para lá" os erros do passado (leia-se: ficar buscando os "culpados" pelo atual estado de coisas) e nos concentrássemos no que temos que fazer no futuro, não seríamos tão surpreendidos pelo presente...

Criticar as falhas que já aconteceram, é muito fácil... (ninguém precisa ser cozinheiro para saber se a comida está com bom sabor...) Planejar o futuro é que exige verdadeiros estadistas.

12 agosto 2007

Simples assim...

Via EurekAlert, chega esta notícia de fundamental importância:

University of Cambridge

Hormônio regula o fascínio por comida

Nova pesquisa fornece um insight no gosto e desejo por comida

Cientistas descobriram que a leptina, u, dos hormônios chave responsáveis pela redução da fome e o aumento da sensação de saciedade, também controla nosso fascínio por comidas.

Uma equipe da University of Cambridge, chefiada pelos Dr. Sadaf Farooqi e Dr. Paul Fletcher, descobriram que as propriedades que despertam as apetitosas qualidades da comida, têm fortes efeitos nas mesmas regiões chave responsáveis pela recompensa de emoções e desejos. Com o uso de tecnologia de imagem, eles demonstram que estas áreas do cérebro "se acendem" quando se mostra a indivíduos deficientes em leptina, imagens de comidas.

A fome influencia o que e o quanto comemos, mas não é o único determinante de nosso padrão de comportamento alimentar. Comer é uma atividade muito agradável e as propriedades de "recompensa", ou de serem "apetitosas", da comida desempenham um papel de destaque e podem levar a excessos alimentares, quando suplantam os sinais biológicos que governam a fome e a saciedade.

Compreender o comportamento alimentar. portanto, significa que devemos levar em conta os caminhos fisiológicos e hormonais, bem como os processos cerebrais evocados pela visão, cheiro, gosto, ou mesmo o simples pensamento em comida. Mais desafiador, ainda, é desenvolver uma compreensão das maneiras em que esses dois conjuntos de processos – o fisiológico e o cérebro/neural – interagem para moldar nossos padrões de alimentação.

Os autores pensaram em achar uma conexão entre os caminhos cerebrais que sabem quando alguém está com fome ou saciado, e as partes do cérebro envolvidas em quanto as pessoas desejam e apreciam comida. Eles postularam que a leptina, um dos principais hormônios envolvidos no controle do peso, poderia ser a chave.

O hormônio leptina é feito de células graxas e circulam pela corrente sanguínea, até atingir o cérebro, onde age para reduzir a sensação de fome e ampliar a de saciedade. Os autores estudaram pacientes com uma rara desordem genética que resulta em uma completa ausência de leptina. Esses pacientes comem excessivamente, gostam de todos os tipos de comida (inclusive comidas pouco atraentes) e desenvolvem uma severa obesidade. Após o tratamento com leptina, sua fome fica reduzida, eles se tornam mais exigentes em matéria de comida e perdem peso.

Neste estudo, patrocinado por MRC e o Wellcome Trust, se pedia aos pacientes para olharem para uma série de figuras, enquanto sua atividade cerebral era monitorada, com o uso de Imagens de Ressonância Magnética Funcional (Functional Magnetic Resonance Imaging = fMRI). O scanner de fMRI mostra quais partes do cérebro são ativadas, ou "se acendem", em resposta a diferentes imagens. O padrão de ativação do cérebro em resposta às figuras de comida foi comparado ao observado com o de figuras de itens não relacionados com comida, tais como árvores, carros e barcos. Algumas das comidas eram realmente apetitosas (bolo de chocolate, morangos, pizza), enquanto outras eram razoavelmente indiferentes (couve-flor, brócolis).

Os autores mostraram que, nos pacientes com falta de leptina, várias áreas do cérebro - conhecidas coletivamente como regiões estriadas - respondem a figuras de comidas. Essas áreas já foram associadas a emoções e desejos agradáveis e compensadores. Quando os pacientes foram tratados com leptina, a resposta a figuras de comidas nessas áreas foi reduzida.

Uma das regiões estriadas - o nucleus accumbens - era especialmente responsivo a figuras de comidas geralmente tidas como mais apetitotsas. Por exemplo, sua atividade era mais alta em resposta à figura de um bolo de chocolate do que à figura de um brócoli. Em voluntários saudáveis, a ativação do nucleus accumbens por comidas apetitosas só aparecia quando a pessoa estava com fome (após um jejum noturno).

Nos pacientes com deficiência de leptina, o nucleus accumbens mostrava esta resposta distinta (maior para comidas largamente apreciadas) quando os pacientes estavam com fome (após um jejum noturno), mas também quando eles tinham acabado de comer. Após o tratamento com leptina, a resposta desses pacientes ficou tão normalizada que o nucleus accumbens era ativado, predominantemente por comidas das quais gostavam e somente quando tinham passado a noite sem comer e estavam com fome.

Consideradas em conjunto, estas descobertas têm importantes implicações para a compreensão de como dois sistemas chave - os caminhos que controlam a fome e o processo cerebral envolvido no gosto e desejo por comidas - podem interagir. Os cientistas estabeleceram que a fome claramente tem um impacto na ativação das regiões estriadas do cérebro, em resposta a figuras de comida, e que o consumo de comida modifica estas respostas. Esta modificação necessita do hormônio leptina, uma vez que, na sua ausência, estas regiões do cérebro permanecem altamente sensíveis à presença e ao tipo de figuras de comidas, mesmo após uma refeição.

Dr Farooqi, do Departamento de Bioquímica Clínica da Universidade, diz: “Enquanto o peso corporal permanece estável para muitas pessoas por um longo período de tempo, outras pessoas ganham peso muito facilmente. Mais estudos são necessários para descobrir como essas respostas variam em pessoas com problemas de peso em geral. A pesquisa é necessária para descobrir como a leptina aciona outras substâncias químicas no cérebro e como a alteração desses caminhos contribuem para a superalimentação e obesidade˝.

“Compreender como os sistemas cerebrais interagem com hormônios que sinalizam a fome e armazenamento de energia, nos fornecerá um quadro mais completodos fatores que controlam o comportamento alimentar e, se espera, nos levará além das presunções prevalescentes e simplistas acerca do porque algumas pessoas têm problemas em controlar o quanto elas comem˝.

“Tal entendimento será um passo fundamental na prevenção e tratamento da obesidade. De forma importante, a descoberta que o gosto por comidas tem um fundo biológico, deve encorajar uma atitude mais cooperativa para com pessoas com problemas de peso”.

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AMÉM!... Eu passei, em meus 56 anos de vida, lutando contra a obesidade e sendo vítima de um incontável número de imbecís com diploma de medicina, mais interessados em prolongar minha agonia do que em me curar...

Um pensamento de humor-negro: já pensaram que alguém pode pensar em substituir o "Fome-zero" por uma ampla distribuição de leptina?... Pelo menos, ninguém mais "passaria fome"...

06 agosto 2007

A importância da pré-escola


Via EurekAlert, um novo estudo comprova o importante papel da pré-escola na integração social de indivíduos nascidos nas classes economicamente menos favorecidas.

University of Minnesota


Um relatório da Universidade de Minnesota diz que a intervenção na tenra infância melhora o bem-estar dos aultos jovens

Estudo é o primeiro a demonstrar que programas de escolaridade têm impacto duradouro

Estudantes que fizeram a pré-escola, vindos de famílias de baixa renda, que participaram de uma ampla intervenção educacional, se sairam melhor em termos de educação, integração social e economicamente, ao entrarem na fase de jovem-adulto, de acordo com um relatório dos professores Arthur Reynolds e Judy Temple, da Universidade de Minessota. O estudo foi publicado hoje (6 de agosto) no Journal of the American Medical Association’s (JAMA) Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Reynolds é um professor de Desenvolvimento Infantil no Colégio de Educação e Desenvolvimento Humano e Judy Temple é uma professora no Departamento de Economia Aplicada e no Instituto Huphrey de Assuntos Públicos.

"Este estudo é o primeiro a mostrar que programas estabelecidos a longo prazo, realizados por escolas podem ter efeitos duradouros, até a fase de adultos, em termos de saúde geral e bem-estar", diz Reynolds. "Programas para o início da infância podem promover não só o sucesso educacional, como também o estado de saúde e comportamental".

O grupo de pesquisas de Reynolds descobriu que, com cerca de 24 anos de idade, crianças que participaram em programas de pré-escola têm mais probabilidade de completar o segundo grau, freqüentarem cursos de nível superior e terem Planos de Saúde, e menos chance de serem presos por pequenos delitos, irem para a cadeia ou desenvolver sintomas de depressão. Por exemplo, o grupo com pré-escola obteve taxas maiores de formatura de 2º grau, com uma taxa de 71,4%, em comparação com a taxa de 63,7% dos que não tiveram pré-escola. Os que tiveram pré-escola também obtiveram uma taxa maior de Planos de Saúde, com 70,2%, comparados aos 61,5% dos que não tiveram pré-escola. As crianças do programa também tiveram taxas mais baixas de detenção por pequenos delitos, com 16,5%, comparados aos 21,1%, e menos sintomas de depressão, com 12,8%, comparados a 17,4%.

O estudo dirigido por Reynolds é chamado de "Estudo Longitudinal de Chicago" e começou, em 1986, a investigar os efeitos dos programas de pré-escola estatais para 1.539 crianças nas Escolas Públicas de Chicago. O grupo de Reynolds estudou os efeitos de longo prazo no Centro de Crianças e Pais e Chicago. Um total de 1.539 crianças de minorias de baixa renda, nascidas entre 1979 e 1980, que freqüentaram programas em 25 lugares, entre 1985 e 1986, foram comparados a 550 crianças que participaram de programas alternativos de pré-escola de tempo integral, disponíveis para famílias de baixa renda. As crianças foram rastreadas até os 24 anos, usando-se diversos métodos, que incluíram histórico escolar, registros médicos (Medicaid) e agências municipais, estaduais e federais, bem como uma pesquisa complementar, realizada pelos participantes entre os 22 e 24 anos de idade.
"As intervenções no início da infância demonstraram efeitos positivos consistentes na saúde e bem-estar das crianças". de acordo com as informações do artigo da JAMA. Os tipos de programa que receberam o maior aporte de recursos nas verbas públicas foram programas de pré-escola para crianças em grupos de risco de 3 a 4 anos que fornecem serviços tanto educacionais, como de apoio familiar, em um ambiente criado em torno de um Centro. Uma dessas intervenções, o programa do Centro de Crianças e Pais em Chicago, fornece instrução de pré-escola a 2º grau com professores qualificados, taxas pequenas de professor-por-aluno, serviços de saúde e nutrição, e um programa intensivo para os pais que inclui envolvimento com as atividades em sala-de-aula, excursões e visitas em domicílio.

As crianças que participaram do programa durante a pré-escola e os primeiros anos escolares, apresentaram uma chance maior de ter empregos de expediente integral (42,7%, contra 36,4%), completaram mais anos de escolaridade e tiveram menores chances de prisão por crimes (13,9% contra 17,9%) e de receber assistência por invalidez (4,4% contra 7%).
O fato dos resultados positivos do programa se estenderem além das realizações educacionais não é surpreendente, dado às ligações entre a saúde física, educacional e comportamental, afirmam Reynolds e Temple em seu estudo. "Já que despesas com assistência médica e o sistema de justiça atingem cerca de 20% do PIB, a economia potencial em custos para governos e contribuintes é considerável"

"As crianças que participaram deste programa têm uma melhor compreensão de que a maior escolaridade, com maior qualidade, é o caminho para se livrar da pobreza", diz Reynolds.

"As crianças que participaram no programa do Centro de Crianças e Pais se tornaram, de maneira geral, mais socialmente engajadas e adeptas da educação", afirmou Reynolds. "Esses benefícios foram fruto do impacto precoce do programa sobre a preparação para a escola, desemepenho escolar e o envolvimento dos pais na escolaridade das crianças"

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E desde o ano passado a Proposta de Emenda Constitucional, apresentada pela então Senadora Heloisa Helena, de incluir a pré-escola no sistema público de educação (que, inexplicavelmente, com um governo que se jacta de ser "popular" e "esquerdista", permaneceu 4 longos anos sendo sabotada pela base governista) entrou em vigor...

Agora, só falta tirar do papel e por em prática, isso se chegarem a alguma conclusão sobre de onde vão tirar os recursos necessários. Bem que poderia ser das fortunas que se gasta em fazer publicidade dos diversos níveis de governo, para "dar visibilidade" a programas de exeqüibilidade duvidosa e de mero clientelismo.

Funcionou em uma sociedade muito menos paternalista (vejam a preocupação com Planos Privados de Saúde) do que a brasileira e - por que não dizer? - muito mais competitiva e individualista. Quando mais não seja, para economizar os impostos na construção de penitenciárias...

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03 agosto 2007

Physics News Update nº 835

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 835, de 3 de agosto de 2007 por Phillip F. Schewe e Ben Stein. PHYSICS NEWS UPDATE

LENTES OPACAS. Os físicos da Universidade de Twente, Holanda, são capazes de focalizar um feixe de luz, enviando-o através de um meio opaco. Normalmente, uma substância opaca, tal como leite ou tinta, serve somente para espalhar as ondas de luz. Mas, por meio da cuidadosa escultura do feixe laser incidente — processando pequeninas partes da frente de onda que move para a frente — os pesquisadores holandeses foram capazes de focalizar o feixe até uma intensidade 1.000 vezes mais luminosa do que a transmissão difusa normal no mesmo ponto anterior. Eles fazem isto primeiro enviando a luz através do meio e, com uma câmera CCD, gravando a atenuação do feixe em vários pontos atrás da amostra.
A partir disto, se pode calcular os coeficientes de espalhamento correspondentes ao grau de espalhamento estatístico, através da face da amostra. Um dispositivo óptico, chamado modulador de fase, é usado para antecipar e corrigir o espalhamento que está para acontecer em uma base ponto-por-ponto. Para ver a animação do espalhamento antes e depois da modulação de fase, ver em esta página da Universidade de Twente.
A amostra de Óxido de Titânio normalmente admite a passagem de 10% da luz (através de toda a amostra), mas, com o modulador em posição) a transmissão vai às alturas. Um dos pesquisadores de Twente, Ivo Vellekoop, diz que a difusão de luz em um meio dispersivo, após isso, não é inevitável e que a espectroscopia e a microscopia (até mesmo de células isoladas no tecido humano) podem ser altamente aperfeiçoáveis. (Vellekoop e Mosk, Optics Letters, 15 de agosto de 2007)

UM FERROMAGNETO SUPERCONDUTOR EM PRESSÃO NORMAL foi obtido a partir dos elementos Urânio, Cobalto e Germânio pelos físicos da Universidade de Amsterdam e da Univesidade de Karlsruhe.
Normalmente, o magnetismo é anátema para o delicado emparelhamento de elétrons no coração do fenômeno da supercondutividade. Isto seria especialmente verdadeiro para o ferromagnetismo, o mais robusto dos estados magnéticos (no qual os átomos alinhados por um magneto externo, mantém sua coordenação, mesmo quando o campo externo é retirado).
Há alguns anos, se encontrou diversos materiais que suportavam supercondutividade e ferromagnetismo, mas somente sob condições de alta pressão ou temperaturas extremamente baixas (ver Physics Today, set2001).
O que acontece é que, em vez do emparelhamento normal de dois elétrons com spins opostos (um com spin para cima e outro com spin para baixo; um estado de "singleto de spin"), nestes materiais ferromagnéticos-tolerantes, o emparelhamento envolvem elétrons cujos spins têm a mesma direção (um estado de "tripleto de spin"). O material permanece supercondutor e ferromagnético, tanto a pressões ordinárias, como a uma temperatura, 1°K, cerca e quatro vezes maior do que qualquer outra relação material e pressão ambiente.
De acordo com uma dos pesquisadores, Anne de Visser, a presença de flutuações magnéticas, necessárias à preservação do estado ferromagnético, podem complicar, de maneira interessante, o mecanismo BCS que, normalmente, funciona nos supercondutores de baixa temperatura. (Huy et al., Physical Review Letters; website do laboratório)

O Boletim PHYSICS NEWS UPDATE entrará em recesso por várias semanas

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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

Violência gera mais violência

Artigo extraído do EurekAlert:

Tulane University
Exposição a crimes de guerra pode prejudicar os esforços para obter a paz

Pessoas que foram traumatizadas pela exposição a crimes de guerra, têm uma tendência a escolher medidas violentas e rejeitar medidas não-violentas para obter a paz, diz um estudo conjunto da Univesidade Tulane e Universidade da Califórnia em Berkeley, na edição de 1 de agosto do Journal of the American Medical Association.

Desde a década de 1980s, o Exército de Resistência Divino, um grupo rebelde, tem realizado atos de guerra no Norte de Uganda, matando e mutilando um número incontável de civis e seqüestrando dezenas de milhares de adultos e crianças. Mais de um milhão e meio de pessoas foram parar em campos de refugiados.

A equipe Tulane/Berkeley de pesquisadores pesquisou 2.585 adultos com 18 anos ou mais, em vilas e campos no Norte de Uganda, no período de abril e maio de 2005. Apesquisa, conduzida com questionários, foi projetada para determinar o nível de exposição à violência relacionada com a guerra e a prevalência de sintomas da Disfunção de Stress Pós-trumático (posttraumatic stress disorder = PTSD) e de depressão, e estabelecer como essas variáveis são relacionadas com as visões dos questionados acerca da paz.

A violência relacionada com a guerra teve um notável impacto no bem estar psicológico do povo na região, descobriram os pesquisadores. Cerca de três quartos dos questionados relataram sintomas de PTSD e cerca de metade obteve diagnóstico de depressão. Os pesquisadores descobriram, ainda, que os entrevistados com sintomas de PTSD e/ou depressão estavam mais inclinados a identificar menos meios não-violentos do que meios violentos para a obtenção da paz.

Os autores sugerem que esses resultados devem ser considerados, junto a outros fatores, quando da implementação de mecanismos dirigidos à promoção da justiça e reconciliação, tais como anistias, julgamentos de crimes e comissões de investigação.

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Quem quiser aplicar os dados às periferias das conurbações brasileiras, estará com toda a razão. Quem pode tirar a razão do que é dito nesta reportagem da BBC?