03 agosto 2007

Violência gera mais violência

Artigo extraído do EurekAlert:

Tulane University
Exposição a crimes de guerra pode prejudicar os esforços para obter a paz

Pessoas que foram traumatizadas pela exposição a crimes de guerra, têm uma tendência a escolher medidas violentas e rejeitar medidas não-violentas para obter a paz, diz um estudo conjunto da Univesidade Tulane e Universidade da Califórnia em Berkeley, na edição de 1 de agosto do Journal of the American Medical Association.

Desde a década de 1980s, o Exército de Resistência Divino, um grupo rebelde, tem realizado atos de guerra no Norte de Uganda, matando e mutilando um número incontável de civis e seqüestrando dezenas de milhares de adultos e crianças. Mais de um milhão e meio de pessoas foram parar em campos de refugiados.

A equipe Tulane/Berkeley de pesquisadores pesquisou 2.585 adultos com 18 anos ou mais, em vilas e campos no Norte de Uganda, no período de abril e maio de 2005. Apesquisa, conduzida com questionários, foi projetada para determinar o nível de exposição à violência relacionada com a guerra e a prevalência de sintomas da Disfunção de Stress Pós-trumático (posttraumatic stress disorder = PTSD) e de depressão, e estabelecer como essas variáveis são relacionadas com as visões dos questionados acerca da paz.

A violência relacionada com a guerra teve um notável impacto no bem estar psicológico do povo na região, descobriram os pesquisadores. Cerca de três quartos dos questionados relataram sintomas de PTSD e cerca de metade obteve diagnóstico de depressão. Os pesquisadores descobriram, ainda, que os entrevistados com sintomas de PTSD e/ou depressão estavam mais inclinados a identificar menos meios não-violentos do que meios violentos para a obtenção da paz.

Os autores sugerem que esses resultados devem ser considerados, junto a outros fatores, quando da implementação de mecanismos dirigidos à promoção da justiça e reconciliação, tais como anistias, julgamentos de crimes e comissões de investigação.

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Quem quiser aplicar os dados às periferias das conurbações brasileiras, estará com toda a razão. Quem pode tirar a razão do que é dito nesta reportagem da BBC?

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