29 março 2008

Bem informado?...

"Pérola" encontrada no EurekAlert:

Texas A&M University

Um maior conhecimento sobre o Aquecimento Global leva à apatia, mostra um estudo

COLLEGE STATION – Quanto mais uma pessoa sabe, menos se importa – ao menos é o que parece ser o caso com o Aquecimento Global. Uma pesquisa de amostragem por telefone com 1093 americanos, realizada por dois [sic] cientistas políticos da Universidade Texas A&M e um antigo colega, mostra essa tendência, como explicaram em seu recente artigo na publicação (revisada) Risk Analysis.

“Os entrevistados mais informados tanto se mostraram menos pessoalmente responsáveis pelo Aquecimento Global, como também mostraram menos preocupação com o Aquecimento Global,” declara o artigo, intitulado “Personal Efficacy, the Information Environment, and Attitudes toward Global Warming and Climate Change in the USA”.

O estudo mostrou que altos níveis de confiança nos cientistas, entre os americanos, levava a um menor senso de responsabilidade pelo Aquecimento Global.

A preocupação menor e o menor senso de responsabilidade voltam na face de campanhas de conscientização sobre as mudanças climáticas, tais como os filmes "Uma verdade inconveniente" e "A Era do Gelo: o Derretimento", e a crescente ênfase dada pela grande mídia sobre o tema.

A pesquisa foi realizada por Paul M. Kellstedt, um professor associado de ciência política na Texas A&M; Arnold Vedlitz, Bob Bullock, titular da cadeira "Governo e Política Pública" na Escola George Bush de Governo e Serviço Público da Texas A&M’s; e Sammy Zahran, anteriormente da Texas A&M e, atualmente, professor assistente de sociologia da Universidade do Estado do Colorado.

Kellstedt diz que as descobertas foram um pouco inesperadas. O foco do estudo não era, diz ele, medir o quanto os americanos são informados acerca do Aquecimento Global, mas em entender por que alguns indivíduos que são mais ou menos informados sobre isso, mostravam mais ou menos preocupação sobre o assunto.

“Neste sentido, nós realmente não tínhamos quaisquer expectativas sobre o quanto conscientes ou inconscientes as pessoas eram acerca do Aquecimento Global”, diz ele.

Mas, acrescenta ele, “A descoberta de que os entrevistados mais informados estavam menos preocupados com o Aquecimento Global e se sentiam menos pessoalmente responsáveis por ele, nos surpreendeu. Nós esperávamos exatamente o oposto”.

“As descobertas, embora de modesta magnitude – existem outras variáveis que nós medimos, que têm efeitos muito maiores sobre a conscientização sobre o Aquecimento Global – são estatisticamente robustas, o que significa que elas continuaram aparecendo, qualquer que fosse a maneira com que modelássemos os dados”.

Medir o conhecimento acerca do Aquecimento Global é um negócio arriscado, acrescenta Kellstedt.

“Isso é verdade para muitas outras coisas que gostaríamos de medir em pesquisas, é claro, especialmente coisas que poderiam causar embaraço nas pessoas (tais como a ignorância), ou que pudessem sofrer alguma pressão social para serem omitidas (tais como preconceitos)”, diz ele.

“Não existem padrões industriais, por assim dizer, para medir o conhecimento acerca do Aquecimento Global. Nós optamos por realizar uma medição direta e entender que outras medições poderiam produzir resultados diferentes”.

Agora, por bem ou por mal, os cientistas têm que lidar com a grande confiança que o público tem neles. “Mas não deve ser consolador para os pesquisadores na comunidade científica que, quanto mais as pessoas confiam nos cientistas, menos estejam preocupadas com suas descobertas” concluem os pesquisadores em seu estudo.

###


O que deixa alguma dúvida sobre se realmente cabe aos cientistas algum papel nas decisões éticas... Talvez o principal papel seja esclarecer o público de que a ciência jamais afirmou ter todas as respostas.

Na verdade, os cientistas responsáveis sempre apregoaram não ter, sequer todas as perguntas...

25 março 2008

Physics News Update nº 859

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 859, de 25 de março de 2008 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE

LUZ CURTA.

O fóton singelo mais curto do mundo foi produzido pelos físicos da Universidade de Oxford. A luz pode ser vista como uma série de ondas ou, na visão dual prescrita pela ciência quântica, como uma coleção de quanta, pacotes de energia com o comportamento de partículas, chamadas de fótons. Em um lugar qualquer ao longo de um feixe de luz, podem existir vários fótons, ou, em casos especiais, apenas um.

Criar fótons singelos não é fácil. É possível criar fótons aos pares, enviando luz laser através de cristais especiais. Mesmo um feixe de laser monocromático vai consistir de vários fótons; porém, ocasionalmente, um desses fótons vai ser "convertido para baixo", ou seja, vai se dividir em dois fótons, cada um com metade da energia do fóton original. Quando um par é criado, a detecção de um desses fótons com metade da energia denuncia a existência de seu gêmeo. Além disto, estes fótons estão emaranhados, o que significa que as propriedades de um estão inexoravelmente ligadas às de seu parceiro, e a detecção de um deles pode arruinar o estado quântico do outro. Por meio da minimização dessas correlações quânticas, os pesquisadores obtiveram fótons "denunciados" com uma qualidade excepcionalmente alta e curta duração.

Na experiência de Oxford, os pares de fótons criados tinham um comprimento de onda central de cerca de 830 nm, na fronteira entre a luz visível e o infravermelho próximo. Cada um desses fótons tinha (em unidades de tempo) cerca de 65 femtossegundos (65 x 10-15 seg) de duração. Em unidades de espaço, eles tinham cerca de 20 microns de comprimento. O fóton mais curto até então produzido, tinha cerca de 1 picossegundo (10-12 seg) de duração. Pulsos de luz com extensões até menores, de apenas centenas de attosegundos, já foram criados, porém consistiam de vários fótons.

Um dos pesquisadores de Oxford, Peter Mosley, diz que esta nova experiência representa a primeira vez que se produz fótons "de livro-texto" - pacotes de ondas idênticos e localizados, contendo um único nível quântico de energia - em laboratório. (Mosley et al., Physical Review Letters, artigo em publicação)

OCULTAMENTO ATÔMICO.

Um novo estudo mostra como uma região do espaço pode ser tornada invisível para ondas de matéria. Nos últimos anos, a possibilidade de ocultamento óptico se tornou um assunto "quente" (e.g., Science, 8/9/2006). Até a ocultação com ondas de som foi proposta (PNU n° 853, matéria 2).

Agora, os físicos do grupo do Professor Xiang Zhang na Universidade da Califórnia em Berkeley, estão tentando estender a idéia de ocultamento a ondas atômicas (átomos resfriados, cujas propriedades ondulatórias quânticas são mais importantes do que suas propriedades como partículas) que se movem através de um "meio".

O "meio" em questão aqui é uma rede óptica concêntrica, gerada por ondas eletromagnéticas permanentes com fases e amplitudes espacialmente controladas. O ocultamento de um objeto banhado em luz funciona pela modulação da massa efetiva e do potencial das ondas de átomos que atravessam a casca que envolve o objeto. A casca é análoga aos metamateriais (materiais construídos que consistem, freqüentemente, de arranjos de pequenas estruturas de metal na forma de hastes e objetos em forma de anéis), usados no caso óptico.

Um dos pesquisadores de Berkeley, Shuang Zhang, diz que o equivalente a um índice de refração na onda atômica seria a modulação da massa atômica efetiva no interior da rede óptica (ver figura em www.aip.org/png).

Zhang diz que, além do ocultamento, a criação de um metamaterial a partir de ondas atômicas pode também auxiliar a focalização de ondas atômicas em pequenas áreas (super-lentes) ou para direcionar feixes de partículas como se desejar. (Zhang et al., Physical Review Letters, 28 de março de 2008)

********************

PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

**************

Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

24 março 2008

A Influência Através da Ignorância

"Pescado" do EurekAlert...

University of Southern California

Informação demais? Estudo mostra a influência da ignorância.

Na corrente edição do “The RAND Journal of Economics”, pesquisadores da USC apresentam um desafio ao modelo econômico clássico de manipulação da informação, no qual saber mais do que todo o mundo é a chave para influenciar.

Em lugar disto, os economistas Isabelle Brocas e Juan D. Carrillo apresentam uma situação – comumente observada na vida real – na qual todos os atores têm acesso à mesma informação, porém um dos atores ainda consegue controlar a opinião pública.

Por exemplo, uma companhia farmacêutica, tal como a Merck, pode ser obrigada a tornar públicos todos os resultados de todos os estudos relacionados a uma nova droga. Testes preliminares podem indicar a ausência de efeitos colaterais a curto prazo e a companhia pode escolher não realizar testes de acompanhamento posterior, antes de lançar o medicamento no mercado.

“Para otimizar o resultado, se deseja fornecer informação suficiente para que os outros atores cheguem a um determinado nível de confiança, mas se deve parar ao atingir esse nível,” explicou Brocas. “De outra forma, pode acontecer que mais informações façam com que o nível de confiança diminua.”

O estudo, “Influência Através da Ignorância”, é o primeiro a examinar extensamente situações onde o poder se origina em controlar o fluxo de informação para o público, em oposição à posse de informações exclusivas.

Como explicam Brocas e Carrillo, existem segredos – fatos que são deliberadamente omitidos – e existem fatos que não são conhecidos por pessoa alguma.

“Não é necessário ter informações extra,” afirma Brocas. “Você pode induzir as pessoas a fazer o que você quer, apenas por cessar o fluxo de informação ou por fazê-lo continuar. Isto basta.”

Incrivelmente, o ator que manipula o fluxo de informação deve deliberadamente escolher permanecer desinformado, também – o que pode sair pela culatra.

No caso da Merck, um estudo, publicado cinco anos depois que o medicamento foi introduzido no mercado, mostrava que tomar Vioxx aumentava significativamente o risco de ataques cardíacos. A Merck financiou o estudo, que foi realizado para verificar se o analgésico era também eficaz contra pólipos no cólon.

Aí, envolvida em uma pendência judicial de US$4,85 bilhões, a companhia afirma que o Vioxx, estatisticamente, não oferece qualquer risco significativo a longo prazo para o coração, uma vez que sua administração tenha sido suspensa. Esta afirmação é discutível: a Merck parou de monitorar os pacientes depois de apenas um ano, cessando o estudo logo que o medicamento foi retirado do mercado.

Da mesma forma, explicam os pesquisadores, o presidente de um conselho pode encerrar as discussões e a apresentação de novos indícios, digamos, sobre a continuação da procura por armas de destruição em massa. Exigir uma votação enquanto os sentimentos parecem estar com uma certa tendência, efetivamente restringe o quanto todos os membros, inclusive o presidente, sabem acerca do assunto em questão.

No geral, a capacidade de controlar o fluxo de notícias e permanecer publicamente ignorante, dá ao líder algum poder, que é usado para influenciar as ações dos seguidores,” afirmaram os pesquisadores. “Nossos resultados sugerem que um presidente (de qualquer comitê), o Presidente (da República) e a mídia podem influenciar as decisões de um comitê, do eleitorado e do público, por meio de uma restrição estratégica do fluxo de informações.”

Brocas e Carrillo estão realizando um estudo complementar que mede o quanto as pessoas compreendem, de maneira intuitiva, o fenômeno da “influência através da ignorância”: “Estamos interessados em saber se as pessoas entendem sua capacidade de manipular informações e se o fazem de maneira otimizada”, diz Brocas.

O estudo também aborda as implicações de diversas variáveis importantes, tais como o quanto a opinião pública é afetada quando existe mais de uma fonte de informação disponível para todos e que não seja excessivamente custosa para obter (em outras palavras, disponível e acessível para todos).

A competição, provida pela diversidade da mídia e por fontes públicas de verbas para pesquisas, não só faz com que as fontes de informação revelem mais dados, como também faz com que o efeito de “influência através da ignorância” diminua – e, sob certas circunstâncias, desapareça – descobriram os pesquisadores.

###

Brocas, Isabelle and Juan D. Carrillo, “Influence Through Ignorance.” The RAND Journal of Economics: 38:4; 931-947.



Comparar com o famoso "De Bonner para Homer"... E tirem suas próprias conclusões...

Mas existe o velhíssimo adágio: "Quem só ouve um sino, só ouve um som"...

20 março 2008

O Papel do Cientista nas Decisões Éticas

Por mais que se queira dissociar o tema deste mês do confronto "ciência vs. religião", não há como fugir a isto, uma vez que o próprio tema surgiu da atualidade da decisão que o Supremo Tribunal Federal vai ter que tomar (em minha opinião, já devia ter tomado...) sobre uma questão de suposta "ética", que, na verdade, é apenas sobre um dogma religioso.

Sendo assim, não me resta outro remédio senão analisar, desde a origem, a convivência entre "ciência e religião", uma vez que sou suspeito por ambos os "lados" desse confronto.

Eu afirmei, em comentário ao artigo do Osame, que as religiões tiveram como base a "ciência" (na sua acepção de "conhecimento adquirido"), só que as religiões não foram capazes de se adaptar ao progresso da ciência e se tornaram, mesmo, um entrave ao progresso da humanidade, quando deveriam ser, ao contrário, um esteio ético para este desenvolvimento.

Voltemos à pré-história e analisemos a "ciência" de então, para podermos avaliar de onde surgiu toda essa idéia de "religião" e qual papel ela deveria ter, bem como sua ligação com os conceitos de "moral" e "ética".

A primeira coisa que nossos ancestrais devem ter reparado, deve ter sido a alternância quase regular entre o dia e a noite. Recém saídos de uma Era Glacial que, por pouco não encerrou a promissora carreira desse bando de primatas, o Sol e o calor devem ter sido particularmente proeminentes, apesar da grande importância da Lua, principalmente da Lua Cheia que permitia uma melhor vigilância contra os predadores noturnos. [Parêntesis (primeiro de uma série de muitos): existe muita discussão quanto à coincidência dos ciclos lunares e a fertilidade das mulheres. Usando um raciocínio bem primário, se pode aventar a hipótese de que as mulheres que ficavam férteis no período da Lua Nova, teriam uma melhor chance de procriação; nessas noites mais escuras, é de se esperar que os caçadores estivessem de volta à proteção da caverna...] Bom, já temos duas entidades cujo comportamento era particularmente importante para os humanos e, portanto, sérios candidatos a serem deificados...

Mas qual seria a idéia de um "Deus"?... Afinal, com quem os homens podiam se comparar para criar os seres superiores?... Certos animais eram mais fortes, outros mais rápidos, outros demonstravam habilidades especiais de visão, audição, alguns, mesmo, pareciam possuir um "sentido" desconhecido aos homens. Ora, se os homens eram "superiores" aos animais, os "Deuses" deveriam ser "superiores" aos homens na mesma medida: mais fortes, mais inteligentes, mais belos, mais tudo... "Super-homens". E é exatamente o que vamos encontrar nas primeiras civilizações: "super-homens" com atributos animais. E, como toda tribo tinha um chefe, normalmente escolhido entre os mais "sábios" (ou seja, mais velhos - a figura do guerreiro-chefe só veio aparecer mais tarde) e as mulheres eram naturalmente mais longevas, o matriarcado parece ser apenas um resultado natural. Logo, as Deusas-Mães são apenas um passo lógico adiante. [Parêntesis: em diversas culturas a associação de gênero é inversa à que temos hoje em dia: é A Sol e O Lua...] A "civilização" ("reunião em cidades") parece ter acabado com o matriarcado: os antigos caçadores-coletores já podiam ficar nas habitações, sem se afastar demais dos rebanhos e plantações, e a força física dos machos da espécie, combinada à fragilidade da mulher gestante, parece ter relegado as mulheres a uma função "subordinada" - a de "reprodutora", uma vez que a sobrevivência ainda dependia muito dos números. Os Deuses machos começam igualmente a assumir o comando...

E, de uma pletora de "Deuses" que "governavam" todos os fenômenos naturais, cuja imprevisibilidade era uma ameaça à sobrevivência da espécie e precisava de alguma maneira de "ser propiciada", à exemplo dos homens que os criaram, os Deuses precisavam de um "chefe". E, como tudo que se conhece e é vivo, nasceu e morre, também os Deuses precisavam ter nascido de algum lugar. "É claro" que vamos precisar de um "criador" que, do nada, criou tudo o que existia...

E chega de digressão acerca de Deuses e Deus... O importante é que todas essas noções nasceram da "ciência" disponível: a observação da Natureza e a comparação das coisas da natureza à única medida disponível: o ser humano.

Passando à questão de "moral" e "ética", a Teoria dos Jogos está aí mesmo para comprovar, matematicamente, que o "jogo da sobrevivência da espécie" passa, necessariamente, pelo "altruísmo". Embora em questões menores o "gene egoísta" seja preponderante, para a sobrevivência de uma sociedade é fundamental que o altruísmo seja incentivado. Qual incentivo melhor para forçar um comportamento harmonioso e devidamente cooperativo do que "a vontade divina"?... O medo da morte pode ser habilmente explorado com a crença em uma "vida eterna", na qual o indivíduo será "julgado" por tudo o que fez e deixou de fazer - segundo um conjunto de normas atribuídas ao(s) Deus(es) - e terá recompensa pelos eventuais sofrimentos injustos a que se submeteu, enquanto os infratores serão severamente punidos, por mais "poderosos" que possam ter sido nesta Terra.

Essa é a base de toda e qualquer religião: "esta vida não é tudo" e "quem se comportar bem, ganha um presente"... E este "se comportar bem" geralmente inclui todas as normas necessárias ao "jogo cooperativo" entre os vivos (e os "mais vivos", diria o Barão de Itararé...). Toda a ética humana pode ser resumida a: "não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você". E todas as "normas morais" que forem além de "mulheres e crianças primeiro, depois os idosos (sua sabedoria é útil...)" é pura conveniência local.

E a humanidade poderia ter ficado nisso e apenas deixado que a inveja, a cobiça e a preguiça assumissem seus aspectos positivos: a inveja estimulando o aperfeiçoamento pessoal (não que os demais piorem); a cobiça estimulando a "ter mais" (não necessariamente tirando de quem tem; quando toda a sociedade prospera, cada indivíduo é beneficiado); e a preguiça buscando soluções mais eficientes e menos trabalhosas para realizar o trabalho inevitável (não postergando o que tem que ser feito).

Mas o ser humano é um bichinho curioso... Quer porque quer saber como, quando, onde e por que... E não descansa enquanto não conseguir controlar tudo, desde o meio-ambiente até a "vontade de (os) Deus(es)". E como (os) Deus(es) é(são) caprichoso(s) e nunca desvenda todos os seus segredos, o ser humano resolveu que ia estudar, até entender, pelo menos os mistérios da Natureza. E, de repente, descobriu que não morava no Centro do Universo, mas em um planetinha xinfrim, que orbita uma estrela de quinta, na periferia de uma galáxia perfeitamente medíocre, entre um nunca-acabar de galáxias... Aquele "Super-homem" com poderes compreensíveis e bajulável para ser propício, corruptível com meia-dúzia de louvaminhas e "protestos de elevada estima e consideração" (junto com um suborninho...), já não dava mais para a tarefa para lá de hercúlea de criar um universo desse tamanho... O(s) Deus(es) ficou(aram) irremediavelmente paroquiano(s).

Pior: o ser humano descobriu que nem seu aparente controle do meio-ambiente é suficiente... Nem a velha "Mamãe Natureza" está disposta a aguentar indefinidamente os maus modos desse filho bestalhão que gasta como se não houvesse amanhã... Tudo o que o homem tira da Natureza, está fadado a voltar para ela, com direito a uma catástrofezinha para ensinar ao moleque que com "Mamãe não se brinca"... De "ápice da Criação" e "imagem e semelhança do Criador", o ser humano se viu reduzido, por sua própria curiosidade, a um triste macaquinho "melhorado" que - por muito favor - tem um planeta para morar, mas tem que cuidar dele, senão, é "despejado" e o Planeta nem liga... (e (os) Deus(es) também não...)

Sem este "Deus-bedel" para vigiar e punir/recompensar, sem sequer um "referencial inercial absoluto" para calcular, de onde derivar as certezas sobre o que é "certo" ou "errado"?... Da velocidade da luz no vácuo?... Da absoluta amoralidade da "seleção natural", um "Jogo de Soma Zero", onde a fome do lobo tem o mesmo valor que a vida do carneiro?...

Não... Certamente a ciência não tem respostas para a eterna pergunta da humanidade: "o que é que eu estou fazendo aqui?" E pode apenas apontar, estatisticamente, qual comportamento - a curto prazo - pode trazer uma recompensa maior. O ser humano é muito pequeno, mesmo se comparado apenas com o planetinha xinfrim onde vive... A humanidade pode ser apenas uma doença cutânea temporária no planeta e toda a sua filosofia e ciência serem uma "ilusão impermanente", como afirmam os buddhistas...

E, afinal, qual é o papel do cientista nas Decisões Éticas?...

Apenas isso: buscar os fatos!... Apontar as inconsistências da auto-imagem que o ser humano tem de si próprio e lembrá-lo, sempre, que, se existe um Deus (ou Deusa, ou Deuses...), ele(a, es) é(são) profundamente indiferente(s) a detalhes insignificantes como os enormes dinossauros ou toda a nossa "ciência" E TEMOS QUE PARAR DE NOS COMPORTAR COMO CRIANÇAS MIMADAS E ASSUMIR RESPONSABILIDADE POR NOSSOS ATOS, PORQUE NÃO ADIANTA REZAR QUE A ÁGUA NÃO VAI SUBIR O MORRO!...


Nota de rodapé: seja qual for a decisão do STF sobre as células-tronco embrionárias, nada vai mudar o fato de que aquele embriões estão vivos, mas não são gente... Quer o Papa (o Dalai Lama, ou o Bispo Macedo) goste disso ou não!...

(Comentários aqui, por favor).


14 março 2008

Physics News Update nº 858

O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 858, de 14 de março de 2008 por Phillip F. Schewe e Jason S. Bardi.
PHYSICS NEWS UPDATE

O MENOR ANEL DE DIAMANTES DO MUNDO, medindo somente 5 mícrons (milionésimos de metro) de diâmetro e 300 nanômetros (bilionésimos de metro) de espessura, foi feito pelos cientistas na Universidade de Melbourne.

O anel é um componente em um dispositivo para a produção e detecção de fótons isolados. Uma figura do anel (ver a imagem aqui) foi exibida por Steven Prawer em uma sessão dedicada aos circuitos com base em diamantes artificiais, durante o Encontro de Março da Sociedade Americana de Física (American Physical Society = APS) em Nova Orleans. Para mais informações sobre o trabalho australiano ver na página do Centre for Quantum Computer Technology.

QUBITS DE DIAMANTE. Essa sessão da APS apresentou diversos outros resultados impressionantes no processamento quântico de informação (quantum information processing = QIP).

Mas, em primeiro lugar: por que diamantes? O diamante é um excelente condutor de calor e isolante elétrico, e parece que vai ser um excelente hospedeiro para os qubits. Qubits são um tipo especial de bit. Diferentemente dos bits (que podem ter os valores "1" ou "0"), empregados nos computadores digitais normais, os qubits podem ter os valores de 1 e 0 ao mesmo tempo. Isso se deve ao fato de que o qubit se manifesta na forma de um sistema quântico que existe em uma superposição de dois estados diferentes.

Os exemplos incluem fótons que podem estar em qualquer um de dois estados de polarização, ou Pares de Cooper que podem ficar de ambos os lados de uma Junção Josephson, ou o spin total (para cima ou para baixo) de um "ponto quântico" ("quantum dot").

Uma forma relativamente nova de qubit emprega as duas orientações de um elétron não-emparelhado que circula um estranho tipo de "molécula" no coração de uma película de diamante artificial. A molécula consiste de um átomo de Nitrogênio e um vazio próximo, um local no cristal que não contém qualquer átomo.

As vantagens de empregar esse "centro de cor NV"¹ (assim chamado porque a molécula, quando excitada, re-emite um fóton de cada vez) inclui o fato de que ela é facilmente polarizável por luz laser; ela permanece polarizada até um milissegundo, em comparação com os meros nanossegundos para a maioria dos elétrons em um semicondutor; e tudo isso à temperatura ambiente. Colocar o elétron simultaneamente em ambos os estados de spin o torna um qubit de longa duração.

Com mais algumas redes ópticas, este qubit pode ser emaranhado (colocado em coerência) com outros qubits próximos, criando uma porta lógica ou processador lógico para um futuro computador quântico. (O artigo de David Awschalom na edição de Out 2007 da "Scientific American" fornece um excelente "background".)

Em rápida sucessão, aqui vão algumas das notícias sobre diamantes do encontro da APS.

ESR DE ELÉTRON ISOLADO. Ronald Hanson (do Instituto Kavli, Delft, Holanda) relatou resultados da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara que revelam a capacidade de inverter o spin de um elétron (associado com o centro NV) em poucos nanossegundos e observar esse elétron, na medida em que o mesmo perde sua determinada polarização, por meio de interações com o ambiente circundante do diamante; este ambiente é chamado de "banho de spin", já que ele é composto por vários átomos de Nitrogênio circundantes, cujos spins podem ser ajustados.

Hanson argumenta que ele e seus colegas obtiveram ressonância de spin eletrônico (electron spin resonance = ESR, essencialmente o equivalente à ressonância magnética nuclear {nuclear magnetic resonance = NMR}, para elétrons) com sensibilidade para um elétron individual. Os resultados foram igualmente relatados na "Science on-line" de 13 de março.

CONTROLE DE SPIN DE NUCLEOS INDIVIDUAIS. Mikhail Lukin, de Harvard, descreveu o efeito de um núcleo magnético de Carbono-13 no comportamento observado de centros de cor no diamante.

O Carbono-13, um isótopo presente em diamantes muito puros na faixa de 1%, é magnético, ao passo que os núcleos comuns de Carbono-12 não são. Lukin disse que ele espera emaranhar vários desses NV/C-13 qubits, criando um registrador potencial para a realização de processamento quântico (ver Dutt et al., Science, 1 de junho de 2007, para "background").

Um único átomo de C-13 poderia ser localizado dentro de um espaço de 1 nm e seu spin pode permanecer estável por períodos tão grandes quanto 1 segundo. Além disso, a interação do NV/C-13 fornece uma maneira de realizar espectroscopia NMR em um único spin nuclear isolado e sensoriar campos magnéticos muito fracos.

Lukin e seus colegas realizaram experiências nas quais um sítio NV em um pequeno diamante, montado na extremidade de uma sonda, foi usado para sensoriar a assinatura magnética de uma amostra em repouso logo abaixo. Campos tão pequenos como 10 nanoTesla foram sensoriados. Com efeito, afirmou Lukin, este dispositivo atuou como um magnetômetro de um único átomo.

REDE FOTÔNICA DE QUBIT. Finalmente, Charles Santori (da Hewlett Packard) relatou a criação de qubits em diamantes à temperatura ambiente, sem a necessidade de qualquer campo magnético externo (para polarizar elétrons) ou microondas (para inverter a polarização). Todas essas tarefas, disse ele, podem ser realizadas com um laser de luz visível modulada em duas freqüências.

A abordagem totalmente óptica para a manipulação de spins, empregando guias de onda ópticos e cavidades, era um passo necessário para a aceleração e ampliação da escala do processo de criação e interligação de vários qubits, em um computador quântico viável.

¹ Nota do Tradutor: eu mantive a forma usada pelos redatores do PNU "centro de cor NV" ("NV color center"), embora a forma mais correta talvez não seja essa. O mais usual é chamar isso de "Centro F" (do alemão: Farbzentrum ) e foi assim que eu encontrei referências a esse fenômeno, composto de um átomo de "impureza" (no caso Nitrogênio, "N") e um "vazio" ("V").

********************

PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.

**************

Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.

10 março 2008

"Guerra Contra o Terrosimo": quem aproveita?

Meu amigo virtual, que prefere ser identificado apenas como o Moderador da Comunidade "Geopolitical Analisys" do Orkut, consegue desencavar matérias incríveis.

Uma das mais recentes, ele foi buscar no "The Independent"... da Ilha de Malta!...

Uma reflexão interessante sobre essa nova onda de "proteção contra o terrorismo internacional" e a real validade das medidas adotadas:



Re-pensando o contraterrorismo
por Bjørn Lomborg e Todd Sandler

Guardas de fronteira de faces sombrias e duras medidas de segurança em aeroportos internacionais nos dão uma poderosa sensação de segurança em que o mundo desenvolvido está gastando centenas de bilhões de dólares para nos proteger contra o terrorismo. Mas será que isso vale a pena?

Embora cidadãos dos países ricos vejam o terrorismo como uma das maiores ameaças mundiais, os terroristas transnacionais tiram, em média, somente 420 vidas a cada ano. Será que, então, os terroristas obtiveram sucesso em fazer com que o mundo desenvolvido realize investimentos de baixo retorno em contraterrorismo, enquanto problemas mais urgentes, tais como os que envolvem saúde, meio ambiente, conflitos e governabilidade, são ignorados?

Recentemente, o "Consenso de Copenhagen" ("Copenhagen Consensus"), cujo propósito é sopesar os custos e benefícios de diferentes soluções para os maiores problemas do mundo, recomendou novas pesquisas sobre os méritos dos diferentes métodos de combate ao terrorismo. Os resultados são surpreendentes e preocupantes.

Os gastos globais com segurança nacional registraram um aumento de cerca de US$70 bilhões desde 2001. De maneira nada surpreendente, isto se traduziu, inicialmente, em uma queda de 34% nos ataques terroristas transnacionais. O que surpreende é que aconteceram mais 67 mortes, em média, a cada ano.

Este aumento na taxa de mortes é causado pela resposta racional dos terroristas aos maiores riscos, impostos pelas medidas de segurança mais rígidas. Eles passaram a realizar ataques onde podem causar maiores carnificinas, de modo a aumentar o impacto com um número menor de ataques.

As medidas antiterrorismo aumentadas, simplesmente transferiram a atenção dos terroristas para outros lugares. A instalação de detectores de metais nos aeroportos em 1973 diminuiu os seqüestros de aeronaves, mas aumentou o de seqüestros de pessoas; a fortificação das embaixadas americanas reduziu os ataques às embaixadas, mas aumentou o número de assassinatos de diplomatas. Desde que as medidas de contraterrorismo foram aumentadas na Europa, Estados Unidos e Canadá, houve uma clara mudança de alvo para ataques contra os interesses americanos no Oriente Médio e na Ásia.

Gastar importâncias cada vez maiores para tornar os alvos mais "difíceis" é, na verdade, uma má escolha.

O aumento nas medidas defensivas em escala mundial em 25%, custaria ao menos US$75 bilhões em cinco anos. Os terroristas irão, inevitavelmente, se voltar para alvos mais frágeis. No cenário extremamente improvável de que os ataques caíssem os mesmos 25%, o mundo economizaria cerca de US$22 bilhões. Mesmo assim, os custos são três vezes mais altos do que os benefícios.

Dito de outra forma, cada dólar extra gasto no aumento de medidas defensivas obterá – no máximo – um retorno de cerca de 30 cents. Poderíamos salvar cerca de 105 vidas por ano, neste cenário mais otimista. Para colocar isso no devido contexto, 30.000 vidas são perdidas anualmente nas rodovias dos EUA.

Ao contrário do efeito do aumento das medidas defensivas, patrocinar uma maior cooperação internacional para cortar o financiamento dos terroristas seria relativamente mais barato e mais eficaz. Isto envolveria uma maior extradição de terroristas e um aperto nos fundos de ajuda humanitária, tráfico de drogas, mercadorias "piratas", comércio de "commodities" e atividades ilícitas que lhes permitem continuar com suas atividades.

Embora esta abordagem tenha pouca ou nenhuma eficácia na redução de eventos de pequeno escopo, tais como atentados a bomba "rotineiros" ou assassinatos políticos, ela prejudicaria sensivelmente os ataques espetaculares que envolvem uma grande soma de planejamento e recursos.

O aumento da cooperação internacional que esta abordagem necessita, seria difícil de se conseguir, porque as nações protegem agressivamente sua autonomia sobre questões de polícia e segurança interna. Uma única nação não-cooperativa pode desfazer muito dos esforços das outras.

Entretanto, as vantagens seriam substanciais. Dobrar o orçamento da Interpol e alocar um décimo do orçamento anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a monitoração financeira e capacitação, para rastrear os fundos de financiamento do terrorismo, custariam cerca de US$128 milhões anualmente. Impedir um evento terrorista catastrófico, faria o mundo economizar ao menos US$1 bilhão. Os benefícios seriam 10 vezes maiores do que os custos.

Outra opção é que as nações-alvos pensem com mais largueza em suas abordagens do contraterorismo. Alguns observadores argumentam que os EUA – o alvo chave – poderia fazer mais para projetar uma imagem positiva e negar a propaganda dos terroristas.

Isto poderia ser parcialmente obtido mediante a realocação ou aumento na ajuda externa.

Atualmente, os EUA destinam apenas 0,17% de seu PIB para assistência oficial para o desenvolvimento – a segunda menor parcela de contribuição entre os países da OCDE – e sua ajuda é altamente direcionada para países que apóiam a agenda de política externa americana. Ao estender o auxílio humanitário sem anzóis dentro, os Estados Unidos poderiam fazer mais para lidar com problemas tais como a fome, doenças e miséria, colhendo ao mesmo tempo consideráveis benefícios para sua imagem e diminuindo os riscos de ser alvo do terror.

Não estamos advogando concessões às reivindicações dos terroristas: em lugar disto, nós recomendamos que a política externa seja mais astuta e mais inspiradora.

Não existe uma panacéia contra o terrorismo. Ele é, por si só, assustador. Entretanto, não devemos deixar que o medo nos desvie de responder a ele da melhor forma. Nem deve o medo nos impedir de salvar mais vidas, por gastar o dinheiro nas questões menos alardeadas que desafiam nosso planeta.



Bjørn Lomborg é o organizador do "Copenhagen Consensus", professor adjunto na Escola de Administração de Copenhagen e autor de "Cool It: The Skeptical Environmentalist Guide to Global Warming" e "The Skeptical Environmentalist: Measuring the Real State of the World". Todd Sandler é Professor de Economia e Política Econômica, na Universidade do Texas em Dallas, e recebeu o Prêmio da Academia Nacional de Ciências para Pesquisa de Comportamento Relevante para a Prevenção da Guerra Nuclear.



Copyright (devidamente ignorado): Project Syndicate, 2008.


Esta tradução contou com a inestimável colaboração do "Moderador". Como a matéria foi traduzida a quatro mãos, eu não vou incluir, por hora, comentários pessoais.

Atualizando em 13/03/2008:

Já que nem meu cúmplice se dignou a comentar, eu vou continuar... Em primeiro lugar, é muito otimismo dos autores acharem que um país que chama seu campeonato nacional de beisebol de "World Series", vá se importar com uns sujeitinhos que vestem camisolões e "batem cabeça" voltados para uma obscura cidade na Península Arábica onde não há um poço de petróleo sequer...

Aliás, é meio irônico um "Consenso de Copenhagen" se a Dinamarca é o primeiro país insignificante que fica sacaneando os muçulmanos, com as infelizes "charges de Maomé"... Bem "jesuítico": "faça o que eu digo, não o que eu faço"...

Claro que é muito mais fácil se livrar de terroristas se, em primeiro lugar, eles não tiverem motivos para explodir ninguém!... Elimine a fome, a miséria, os governos corruptos e ditatoriais de Faissal & curriola, Musharraf & patota, e, sobretudo, parem de dar apoio ao Estado Terrorista de Israel e desmontem o KZ de Guantánamo, e dá para começar a conversar...

A velha União Soviética "foi para o vinagre" exatamente porque gastava demais com "Segurança & Repressão". Espero estar vivo para ver a "balcanização" dos EUA... (Não fui eu quem lançou este vaticínio: foi Robert Anson Heinlein , o mesmo que previu a implosão da União Soviética, desde 1955). Já passou por perto, quando o Furacão Katrina assolou a Costa do Golfo do México, mas o W. Bush estava mais preocupado com o que acontecia no Golfo Pérsico... O "Direito de Secessão" continua na Constituição de lá... E a Governadora Blanco da Louisiana teve que ameaçar exercer esse direito para ter sua Guarda Nacional de volta...

O que me incomoda são as alternativas disponíveis...