Salve, Pessoal! Em uma rápida passagem pelo "O Globo" de hoje, pesquei três "pérolas", as quais reproduzo e comento, abaixo.
Coluna do Ancelmo Góis n'O Golobo de 21 de maio de 2005
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Viva Lula!
A frase da semana é de Lula. Segundo a “Folha”, na reunião com um grupo de governadores, o presidente desabafou: “Não vou vender minha alma ao diabo para me reeleger.” Está certo.
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Mesmo porque o Diabo não é trouxa e não vai comprar a alma do Lula duas vezes...
Coluna de Dom Eugênio Sales, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, em O Globo de 21/5/05
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Repetindo o que escrevi há muitos anos, ainda quando arcebispo de Salvador: “O que o rico gasta em uma noite, em casas de diversões noturnas, corresponde ao salário mensal de um operário que deve sustentar sua família. E, pela madrugada, quando um se recolhe para dormir, o outro acorda para se encaminhar a um labor cotidiano. Nesta cidade, são milhares que, diariamente, repousam, após terem utilizado o dinheiro alheio, pois o supérfluo do abastado pertence ao pobre.”
O esbanjamento, sim, é uma injúria ao Cristo feita por quem O recebe na comunhão e ao qual pertence como membro do corpo místico.
Que outros o façam, é lamentável. O cristão, entretanto, tem o dever de ser anúncio da boa nova e de ser autêntico. Caso contrário, faz uma obra demolidora da Igreja, diante da comunidade civil e religiosa a que pertence. [...]
[...] Mais do que estes crimes, temo a força provocada por essa ostentação. Poderia eclodir, desordenadamente, em determinadas circunstâncias.
Estes são argumentos humanos. Quem vive sua fé, sabe que um dia comparecerá diante do Supremo Juiz. Diz o Senhor: “Todo aquele que der testemunho de Mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante do meu Pai. Aquele que Me negar, também eu o negarei” (Mt 10,32-33).
Tão grave como abandonar o nome de católico é professar, por atos, a doutrina contrária. Não ser Cristo onde se vive e se trabalha, especialmente onde se diverte, traz consigo graves conseqüências. Gastar o próprio dinheiro, egoisticamente, conflita com as normas sociais de uma fé que é exigente.
O Cardeal se dirige apenas aos Católicos Romanos, mas a mensagem dele serve para todos os que se professam Cristãos. Aliás, serve para Israelitas, Muculmanos, Budistas, Umbandistas e até Ateus com vergonha na cara.
Por fim, uma matéria que remete a meu post Síndrome do Titanic, quando fala de preservação do meio-ambiente.
Coluna do Arnaldo Bloch - O Globo 25/5/05 (Segundo Caderno)
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Ano a ano a gente vai vendo a Amazônia ser saqueada e dizendo, com cara de bobo: “ah, que pena, tadinha da árvore, olha o mico-leão”. E, no final das contas, nosso inestimável e inalienável monumento segue sempre abandonado à deriva, no caminho para sua futura transformação num puta estacionamento , como profetizam tragicomicamente Casseta & Planeta na canção “Caldo verde”.
Embora CPIs pontuais de alguma forma resvalem na problemática amazônica aqui e acolá, na hora de enfrentar de maneira sistemática as máfias das queimadas, da exploração clandestina, da grilagem, do tráfico de espécies, da caça predatória, na hora de investigar corajosamente por onde passam os canais do inconseqüente império da motosserra , na hora de aferir a quantas anda a concessão de licenças, acaba ficando tudo no âmbito de reforçar a fiscalização e apurar o que houve, numa tranqüila dinâmica de circunstancialidades.
Alguém tem interesse em descobrir a que ponto a destruição criminosa da Amazônia, do Pantanal, das regiões costeiras, das áreas preservadas e das não-preservadas, até que ponto a omissão e a preguiça, estão relacionados com aspectos político-econômicos?
Quanto dinheiro circula para manter o ritmo da devastação em constante aceleração ao longo do tempo, ou, na melhor das hipóteses, percorrendo um ciclo intermitente e imprevisível, em que a má notícia sempre chega a galope e o bom combate segue a cínicos passos de cágado, isso quando não estaca?
Seria o presidente Lula capaz de dar um soco na mesa e encaminhar às lideranças de seu partido e aos aliados uma proposta de CPI ampla e irrestrita da Amazônia, ou do meio ambiente como um todo, de âmbito nacional? Um colega da redação argumenta que seria uma CPI sem princípio e sem fim, pois o que estaria em questão seria mais o modelo adotado historicamente pelo país e pelos seus dirigentes e sociedade, seria como perguntar “por que o capitalismo brasileiro resolveu destruir a Amazônia?”, e aí entraríamos numa questão filosófica-sociológica-histórica.
Então... seriam Lula ou nossos legisladores capazes de investir na mudança deste modelo, em campanhas maciças de mobilização da sociedade, utilização pesada das polícias e das Forças Armadas para atuar na fiscalização? Forças Armadas? Ora, mas se o contingente enviado ao Pará quando do assassinato da freira americana não tinha nem comida suficiente para avançar muito além da base! Aí a gente começa a pensar em fronteiras, em soberania e em outras questões... que pena...
[...]
Vide a última frase: "fronteiras, soberania e outras questões". Há algum tempo que eu fui curado de meu esquerdismo juvenil por meio do contato com o lumpen proletariat. Sabe? Aquele tipo de pobre que acha que tem direito de extorquir alguma coisa de você, porque você é "bacana". E mistura na sua noção de "bacana" qualquer um que tenha mais recursos do que ele, não importa por quais sacrifícios o "bacana" tenha passado para adquirir seu status atual... Há, inclusive, os que, totalmente transtornados por essa noção, se acham plenamente justificados para roubar, extorquir mediante sequestro, furtar, etc, porque se acham "vítimas das injustiças sociais". Para eles, pobre honrado e trabalhador é "otário"...
Pois é exatamente o que eu fico pensando sobre o Brasil ficar fazendo escândalo sobre "o desperdício de recursos nos países do Norte rico", enquanto que, na esfera interna, na área de sua própria "soberania nacional" (tão decantada quando um gringo diz que a capital do Brasil é Buenos Aires...), não toma providência alguma pela preservação do meio-ambiente! O Brasil gasta uma nota preta com uma instituição chamada "Serviço Militar", que é uma idéia militarmente ultrapassada desde a metade do século passado. Se gastassem o que gastam para fingir que dão "instrução militar" a um bando de recrutas, todo ano, em uma força profissional (garanto que voluntários não iam faltar), já teriam um instrumento razoavelmente eficaz para patrulhar as áreas de preservação ambiental. Ou, quando mais não fosse, para contratar mais funcinários para o IBAMA...
21 maio 2005
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4 comentários:
Só porque eu não resisti: Esse Arnaldo Bloch é uma das maiores farsas que eu já vi na vida! Ele faz joguinhos de palavras só pra parecer intelectual! Mas, se alguém fizer qualquer pergunta pra ele, o cara cai de quatro e nem Cristo põem ele de pé! Ele ainda está vivendo na sombra do sobrenome dele... um parasita! Ah... vou parar por aqui que é pra não ficar mais puto!
Unknown said
Só porque eu não resisti: Esse Arnaldo Bloch é uma das maiores farsas que eu já vi na vida! [...]
Também acho o cara uma nulidade revestida de lantejoulas (como, de resto, não ligo a mínima para o Cardeal do RJ).
Eu fico em um dilema terrível: quando um cara, com cujas opiniões você, normalmente, não concorda, diz algo com o que você concorda, é porque é mesmo óbvio, ou está na hora de mudar de opinião?...
Taí uma perguntinha capiciosa... Nos meus dias mais radicais, eu simplesmente sou do contra (se hay gobierno, jo soy contra!); mas, às vezes é isso mesmo que vc disse: A coisa é tão pateticamente óbvia que não dá pra negar.
Então, tudo depende de como vc acorda: "Se vc acordar com a bunda descoberta..." ;)
Respondendo a Anonymous:
Existe uma anedota de que o orador grego Demóstenes estava discursando no Ágora, quando, inesperadamente, a audiência prorrompeu em aplausos. Demóstenes teria perguntado, sotto voce, a alguém a seu lado: "Será que eu disse uma asneira?..."
Nos casos que eu apresentei, eu prefiro acreditar que os articulistas sofreram um caso de "sanidade temporária" e, portanto, pela Lei, são ininputáveis pelos acertos cometidos...
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