Mesmo com esta Roda meio bagunçada e apesar de ter dito que eu iria ficar "na arquibancada" neste tema, não consigo resistir a publicar uma matéria sobre as desastradas declarações do Dr. James Watson sobre a "inteligência dos negros".
O Adilson bem poderia tê-lo feito com seu artigo "A estupidez de um ganhador do prêmio Nobel", publicado quase que imediatamente no seu Por dentro da ciência. Mas, já que ele deixou a oportunidade passar, eu aproveito para inserir o artigo dele na discussão.
Um episódio lamentável, mas, infelizmente, continuamente repetido: um cientista de renome emite publicamente uma opinião pessoal sobre um assunto fora de sua área de especialização. E a mídia - mais ignorante ainda - reverbera essa opinião, mal fundamentada e mal expressa, usando o suposto "aval" que um Prêmio Nobel confere a seu ganhador para opinar sobre qualquer coisa.
E as coisas se complicam ainda mais quando o referido cientista, em lugar de se recolher a sua insignificância, volta à mídia e apresenta "desculpas" - não por ter emitido uma opinião burra e tendenciosa - mas pela repercussão negativa que a mesma teve (vide BBC-Brasil: Nobel se desculpa por declarações sobre inteligência negra...)
Nosso grande César Lattes cometeu o mesmo tipo de tolice: falar alto demais, perto de um repórter... No dia seguinte, estava estampado em todos os jornais: "Lattes declara: Einstein era uma besta!"
E as verdadeiras bestas se riem, deliciadas... Um tipo de besta, porque publicou uma notícia de arromba... outros, porque - incapazes de compreender a ciência - dizem a si próprios: "Está vendo, só!... E ainda querem que eu acredite nessas maluquices!..."
Cada vez mais eu me convenço de que existe um "nicho profissional" promissor (vide o artigo da Ana Cláudia, Sobre jornalistas e geneticistas na Nature Reviews Genetics): o do "marketing para ciência"...
Comentários aqui, por favor.
O Adilson bem poderia tê-lo feito com seu artigo "A estupidez de um ganhador do prêmio Nobel", publicado quase que imediatamente no seu Por dentro da ciência. Mas, já que ele deixou a oportunidade passar, eu aproveito para inserir o artigo dele na discussão.
Um episódio lamentável, mas, infelizmente, continuamente repetido: um cientista de renome emite publicamente uma opinião pessoal sobre um assunto fora de sua área de especialização. E a mídia - mais ignorante ainda - reverbera essa opinião, mal fundamentada e mal expressa, usando o suposto "aval" que um Prêmio Nobel confere a seu ganhador para opinar sobre qualquer coisa.
E as coisas se complicam ainda mais quando o referido cientista, em lugar de se recolher a sua insignificância, volta à mídia e apresenta "desculpas" - não por ter emitido uma opinião burra e tendenciosa - mas pela repercussão negativa que a mesma teve (vide BBC-Brasil: Nobel se desculpa por declarações sobre inteligência negra...)
Nosso grande César Lattes cometeu o mesmo tipo de tolice: falar alto demais, perto de um repórter... No dia seguinte, estava estampado em todos os jornais: "Lattes declara: Einstein era uma besta!"
E as verdadeiras bestas se riem, deliciadas... Um tipo de besta, porque publicou uma notícia de arromba... outros, porque - incapazes de compreender a ciência - dizem a si próprios: "Está vendo, só!... E ainda querem que eu acredite nessas maluquices!..."
Cada vez mais eu me convenço de que existe um "nicho profissional" promissor (vide o artigo da Ana Cláudia, Sobre jornalistas e geneticistas na Nature Reviews Genetics): o do "marketing para ciência"...
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