07 agosto 2008

Macaco, olha seu rabo!...

Uma notícia do Le Figaro me chamou a atenção: "Metade das espécies de primatas correm grave perigo" (veja aqui o original em francês). E a causa?... Outra espécie de primata (uma que chama a si própria de Sapiens...) Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, 48% das espécies estão ameaçadas de extinção em um prazo que vai de médio a curto.

Um estudo que reuniu dados coletados por diversos cientistas, divulgado no 22° Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (realizada em Edimburgo, Escócia), com dados de recenseamento coletados desde 1966, mostra que, das 634 espécies estudadas, 303 estão na “Lista Vermelha”: 15% classificadas como “vulneráveis”, 22% “em perigo” e 11% “em grave perigo de extinção”.

Diversas ações humanas põem nossos “primos” em perigo: a destruição de seus habitats (por incêndios, desmatamento e ampliação das áreas urbanas) e, por incrível que pareça, a caça. Não só se come os macacos, como ainda servem como animais “domésticos” e como fonte de “medicamentos” na medicina tradicional do Oriente (notadamente a chinesa).

A situação é mais grave na Ásia, onde 71% das espécies estão na “lista vermelha”. Cinco países apresentam situações tidas como catastróficas: 90% das espécies do Cambodja, 86% no Vietnam, 84% na Indonésia, 83% no Laos e 79% na China.

Pelas mesmas causas, o México e a Guatemala aparecem a seguir (67% das espécies na “lista vermelha”). As Américas, em geral, têm uma média de 40% de espécies ameaçadas.

Até na África a coisa não vai bem... 37% das espécies (chimpanzés, bonobos, colobos...) estão nos “grupos de risco”, dos quais 43% em Madagascar, o santuário dos lêmures...

Mas existem boas notícias, também... Desde 2000, os primatologistas descobriram 53 espécies de primatas, até então desconhecidas, principalmente em Madagascar. A descoberta de uma grande população de gorilas (cerca de 125.000) em regiões remotas do Congo, foi relatada por pesquisadores americanos. E uma para nos diminuir o “complexo de inferioridade tupiniquim”: o mico leão preto (Leontopithecus chrysopygus) do Brasil, está se recuperando, graças aos esforços de nossos conservacionistas.



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