31 julho 2005

Deu no "The Sunday Times"

Salve, Pessoal! Abaixo vai a tradução da matéria publicada no The Sunday Times, de Londres, nesta data. Meus comentários, eu faço depois da tradução.
The Sunday Times On Line

31 de julho de 2005


Atirar para matar, sem aviso

Jon Ungoed-Thomas & David Leppard


Altas fontes na polícia confirmaram que os policiais envolvidos na operação que levaram-nos a atirar em Jean Charles de Menezes, o brasileiro inocente, não teriam que ter gritado um aviso, antes de atirar.
A morte de de Menezes foi um terrível erro que devastou sua família e ameaça diminuir o moral da polícia em um momento crítico da guerra contra o terror. Isto agora ameaça se tornar uma cause celebre entre os ativistas dos direitos humanos.
Os parentes que velavam de Menezes em seu funeral, reclamaram que ele teria sido "exterminado" sem qualquer chance de se render. Um grande cartaz em seu funeral, em sua cidade natal de Gonzaga, exibia: "Jean, mártir do terrorismo britânico".
Gareth Pierce, um dos mais proeminentes Advogados de Defesa da Grã-Bretanha, vai representar a família de Menezes contra a polícia. A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia está examinando as fitas dos circuitos fechados de vigilância que registraram os últimos momentos de Menezes. O que já está claro é que os comunicados oficiais de sua morte em 22 de julho estavam errados.
Quando o tiroteio na Estação de Metro de Stockwell foi confirmado inicialmente, uma alta fonte da polícia disse aos repórteres, off the record, que eles tinham matado um dos prováveis homens-bomba que estava em fuga, após falharem nos ataques de 21 de julho. Sir Ian Blair, o Comissário da Polícia Metropolitana, disse que o tiroteio estava "diretamente ligado" à operação terrorista.
O homem, de acordo com a polícia, era suspeito por causa de "sua indumentária e comportamento". Ele tinha sido seguido, a partir de uma casa que estava sob vigilância. Quando foi intimado na Estação de Stockwell, ele teria ignorado as instruções e corrido. Ele teria pulado sobre as catracas da bilheteria e estaria usando um casaco escuro e pesado, que poderia esconder uma bomba.
Uma testemunha descreveu Menezes como um asiático com barba e fios saindo do peito. A verdade é mais mundana. Menezes, um eletricista, estava indo para a zona Norte de Londres para reparar um alarme contra incêndios...
Ele não estava vestindo o que a testemunha chamou de "um casaco preto de homem-bomba", mas uma jaqueta de jeans. A temperatura era de 17°C e sua indumentária não teria nada de extraordinário.
Ele não pulou sobre a catraca da bilheteria, como afirmado. Ele usou um bilhete de múltiplas viagens, passando pela estação de maneira normal. Seus familiares acreditam que ele começou a correr simplesmente porque ouviu o trem parando na estação — uma coisa que os londrinos fazem todos os dias. De fato, um trem estava parado na plataforma quando ele chegou.
A polícia claramente acreditava que Menezes poderia ser um homem-bomba, embora não estivesse carregando uma mochila. Isto levanta uma questão chave: por que deixaram Menezes tomar um ônibus em Tulse Hill e viajar até a Estação de Stockwell, se os policiais acreditavam que seu corpo poderia estar cheio de explosivos? Também levanta questões acerca do novo protocolo de "atirar-para-matar". O protocolo − que é específico para alvos individuais − só podem ser acionados quando a polícia tiver razões para acreditar que o suspeito possa estar portando uma bomba. A ordem só pode ser dada por um "Gold Commander" na Scotland Yard.
A ordem, uma vez expedida, permite aos policiais que atirem na cabeça do alvo, se eles acreditarem que ele esteja pronto para ativar uma bomba. A idéia e não dar tempo ao indivíduo para reagir. A polícia não tem que gritar um aviso antes de agir: fazer isso negaria a eficácia do tiro na cabeça.
Algumas testemunhas dizem que Menezes nem teve chance de se render. Eles dizem que, logo que entrou no trem, ele foi derrubado e imobilizado no chão e fuzilado.
Lee Ruston, 32, estava na parte de baixo da escadaria pela qual Menezes desceu correndo. Ele acredita ter ouvido cada palavra dita pelos policiais.
De acordo com ele, os policiais não disseram a palavra "polícia" ou deram voz de prisão a Menezes. "Eu ouvi uma voz gritando 'no chão, deita no chão'. Uma outra voz disse a mesma coisa: 'deita no chão'. Então eu ouvi os disparos", disse ele.
Se Menezes foi avisado — como alega a polícia — vai ser uma questão crítica, bem como a identificação do "Gold Commander" que decidiu que Menezes era uma ameaça e pôs em ação o protocolo de "atirar-para-matar".
Menezes vivia em um bloco de apartamentos que estava sob vigilância, por causa de suas ligações com os ataques terroristas, mas qual é a prova de que ele era um risco específico? Será um ultraje para a família se ele foi assassinado por causa de seu comportamento aparentemente suspeito e da infelicidade de morar em um endereço associado ao terrorismo.
Blair disse que o público deveria também apreciar a bravura dos policiais que se acercaram de um suspeito que eles pensavam que poderia se explodir.
Como disse um policial, ontem: "Eles fizeram um bom trabalho pelo seu país. Mas, é claro, eles estão muito tristes".
"Eles pensaram que estavam agindo no melhor interesse de todos e com as informações que lhes deram. É uma coisa muito triste, não é?"
Informações adicionais: Michael Smith, Andrew White


Pinçando alguns trechos da matéria, podemos chegar a algumas conclusões preliminares alarmantes. Em primeiro lugar, é sempre bom lembrar que a Scotland Yard é considerada uma polícia-modelo e que os ingleses se acham o povo mais civilizado da terra.

Mas vamos aos trechos que interessam:

1. A Comissão Independente de Queixas contra a Polícia está examinando as fitas dos circuitos fechados de vigilância que registraram os últimos momentos de Menezes. Se as imagens não foram reveladas, até a presente data, é porque comprometem diretamente a Scotland Yard! Três dias depois do primeiro ataque, o mundo inteiro viu as imagens dos terroristas, gravadas pelo mesmo sistema de segurança. Quero ver se as autoridades britâncias não vão dar uma de " Universidade Estácio de Sá" e apagar exatamente as imagens que mostram o assassinato...

2. O homem, de acordo com a polícia, era suspeito por causa de "sua indumentária e comportamento". Ele tinha sido seguido, a partir de uma casa que estava sob vigilância. Quando foi intimado na Estação de Stockwell, ele teria ignorado as instruções e corrido. Ele teria pulado sobre as catracas da bilheteria e estaria usando um casaco escuro e pesado, que poderia esconder uma bomba.
Uma testemunha descreveu Menezes como um asiático com barba e fios saindo do peito. A verdade é mais mundana. Menezes, um eletricista, estava indo para a zona Norte de Londres para reparar um alarme contra incêndios...
Ele não estava vestindo o que a testemunha chamou de "um casaco preto de homem-bomba", mas uma jaqueta de jeans. A temperatura era de 17°C e sua indumentária não teria nada de extraordinário.
Ele não pulou sobre a catraca da bilheteria, como afirmado. Ele usou um bilhete de múltiplas viagens, passando pela estação de maneira normal. Seus familiares acreditam que ele começou a correr simplesmente porque ouviu o trem parando na estação − uma coisa que os londrinos fazem todos os dias. De fato, um trem estava parado na plataforma quando ele chegou.

Mentiras, histeria, cagada e assassinato! Frescura de "testemunhas" que viram o que a polícia mandou elas verem!

3. A polícia claramente acreditava que Menezes poderia ser um homem-bomba, embora não estivesse carregando uma mochila. Isto levanta uma questão chave: por que deixaram Menezes tomar um ônibus em Tulse Hill e viajar até a Estação de Stockwell, se os policiais acreditavam que seu corpo poderia estar cheio de explosivos? Também levanta questões acerca do novo protocolo de "atirar-para-matar". O protocolo − que é específico para alvos individuais − só podem ser acionados quando a polícia tiver razões para acreditar que o suspeito possa estar portando uma bomba. A ordem só pode ser dada por um "Gold Commander" na Scotland Yard.

Ou seja, um filho da puta, em um escritório com ar-condicionado, no centro da City, com base em informações furadas passadas por policiais histéricos e xenófobos, tem autoridade para mandar executar um "suspeito". Puta que os pariu! Se isso é que é civilização e "democracia", podem fazer supositório dos dois.


E aposto que todo o mundo já reparou no nome do Comissário-Chefe da Scotland Yard: Sir Ian Blair!

Nada mais a declarar: os fatos falam por si... Os terroristas já ganharam esta guerra...


Como disse um policial, ontem: "Eles fizeram um bom trabalho pelo seu país. Mas, é claro, eles estão muito tristes".
"Eles pensaram que estavam agindo no melhor interesse de todos e com as informações que lhes deram. É uma coisa muito triste, não é?"


Triste, senhor Policial da Scotland Yard, a polícia mais "fodosa" do mundo, é ver que pimenta, nu cú dos outros, é refresco! Não foi nenhum parente seu, né?...

2 comentários:

Anônimo disse...

Nuoossaaa!!... Fiquei uns dias passando no seu blog e fiquei mais alguns sem passar...rs... e perdi o post sobre a matéria de educação... já já vou ler... quanto ao post do atirar pra matar... As duas primeiras coisas: inglês é uma porcaria cheia de arrogância... e brasileiro é tonto, pq nunca pensa que "pode ser com ele" (e, no caso, o cara era um grande azarado também)...
Imagens não serão mostradas, os ingleses não vão admitir o erro e a família, pra ter algum tipo de "indenização" (que, em nada, conforta a dor da perda) já está tendo que procurar advogados e a justiça... Se os terroristas já ganharam ou estão ganhando a guerra, é bem merecido pelos ingleses... e se pegarem os "americanos" (porque a palavra "norte" nos EUA não existe né... só eles têm a América...rs), vai ser bem pego também... eu não sei o que anda acontecendo comigo, mas eu tenho torcido mais pelos "vilões" nos últimos tempos...rs...

Beijos, vou ler o outro post.

Veridiana Canas disse...

Oi, João... dá uma passada no meu blog e, creio, você entenderá o que eu queria saber em relação ao seu amigo Biofísico (é isso mesmo que ele é?)... Dosagem errada, número de crianças "errado"... pra ser bem exata PHODEU!