O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 848, de 20 de novembro de 2007 por Phillip F. Schewe e Jason Bardi. PHYSICS NEWS UPDATE
UMA MELHOR DETECÇÃO DO CÂNCER DA TIREÓIDE deve ser obtido através de uma nova técnica que está sendo desenvolvida pela Clínica Mayo.
O ultrassom é, atualmente, a ferramenta mais sensível para a detecção de nódulos na tireóide e o processo mais econômico de imageamento para a avaliação da glândula tireóide. Entretanto, a enorme maioria dos nódulos descobertos pelo ultrassom (cerca de 95%) são benignos. Freqüentemente o ultrassom e outros resultados de imageadores são ambíguos e não conseguem diferenciar entre nódulos benignos e malignos na tireóide. A única maneira de descartar um diagnóstico de câncer é através da aspiração por uma punção e biópsia. Mais da metade dessas biópsias comprovam a benignidade.
Embora isso possa ser reconfortante para as pessoas que passam por essas biópsias, seria melhor se elas pudessem receber este conforto sem ter que passar por um procedimento caro, invasivo e (como acontece na maioria dos casos) desnecessário.
Azra Alizad, do Colégio de Medicina da Clínica Mayo, desenvolveu uma nova técnica não-invasiva de imageamento, chamada vibro-acustografia (VA), para identificar nódulos na tireóide em tireóides humanas extirpadas envoltas em um gel de tecido. Neste método, o ultrassom é usado para fazer vibrar o tecido em baixas freqüências e as vibrações resultantes podem ser detectadas por um microfone sensível. Tecidos mais duros normalmente produzem um campo acústico significativamente diferente dos tecidos mais macios e a detecção da diferença pode revelar um diagnóstico mais definitivo.
Lesões malignas são mais mais rígidas do lesões benignas; portanto, é razoável se esperar que a VA seja uma ferramenta de detecção e diferenciação de nódulos na tireóide melhor do que a utrassonografia convencional. Embora a técnica ainda não tenha sido testada para realmente detectar câncer de tireóide em experiências clínicas, a vibro-acustografia está passando, atualmente, por avaliação clínica para a detecção de lesões de câncer de mama em pessoas. Se for bem sucedida, esta ferramenta barata e não-invasiva de imageamento representaria um grande avanço em nossa capacidade de atender a pessoas potencialmente portadoras de câncer.
Alizad apresentará seus novos resultados no encontro desta semana da Sociedade Acústica da América (Acoustical Society of America = ASA) em New Orleans. (Paper 3pBB3, ver website do encontro )
RIGIDEZ DE TECIDOS COMO MEDIDA DE SAÚDE.
Matthew Urban e seus colegas do Colégio de Medicina da Clínica Mayo estão projetando novas maneiras para medir a rigidez de tecidos como uma ferramenta auxiliar para diagnose não-invasiva. A monitoração das propriedades materiais de um tecido pode não ser uma medida tão óbvia para sua saúde como suas propriedades biológicas ou químicas, mas mudanças nessas propriedades podem ser um bom indício de doença.
Áreas de rigidez em um tecido, por exemplo, são freqüentemente um bom sinal de alerta para câncer — a premissa básica para o auto-exame das mamas. Da mesma forma, quando se formam tumores cancerosos no fígado ou qualquer outro órgão do corpo, eles são freqüentemente mais rígidos do que os tecidos circundantes, porque há uma maior vascularização para alimentar os tumores.O problema é: como você pode medir a rigidez dos tecidos lá dentro do corpo? Não existe uma coisa tal como auto-exame do fígado.
No encontro da ASA, nesta semana, Urban relata suas últimas experiências, nas quais ele e seus colegas usaram ondas de ultrassom para enviar pequenas vibrações para uma esfera de aço encapsulada em gelatina, um modelo de tecido com uma lesão rígida.
Eles foram capazes de medir a freqüência de resposta da esfera a ondas acústicas em várias freqüências, que podem, então, ser empregadas para determinar a rigidez do material simulacro de tecido. O processo também fornece novos meios não invasivos para a avaliação da rigidez dos tecidos sem a presença da esfera de aço.
Além disso, eles foram capazes de enviar a energia para a esfera sem aquecer a gelatina circundante. Isto é um dos desafios no emprego de ultrassom altamente focalizado, porque a energia acústica pode ser absorvida pelos tecidos circunjacentes na forma de calor. (Palestra 3pBB1, mesmo website acima)
RECRIANDO O MUNDO DENTRO DE SUA CABEÇA.
O primeiro uso de sons de realidade virtual individualizados em um ambiente de [Espectrografia de] Ressonância Magnética funcional (functional MRI = fMRI) feito para reproduzir uma experiência natural acústica para estudo do funcionamento do cérebro, pode fornecer uma explicação melhor para o efeito "cocktail party" — o processo pelo qual tentamos fazer sentido de uma conversa em uma festa apinhada de gente, mesmo quando outras conversas potencialmente causadoras de distração continuam a acontecer ao mesmo tempo.
Novas espectrografias com uso de fMRI estão auxiliando os pesquisadores a compreender como o cérebro segrega objetos no espaço quando uma pessoa ouve, mas não necessariamente vê, múltiplas fontes de som. No laboratório de Kourosh Saberi na Universidade da Califórnia em Irvine, pacientes humanos são expostos a vários sons. Algumas vezes os sons vêm de diferentes posições próximas ao paciente. enquanto em outras diversos sons vêm de uma mesma posição.
Ao examinarem as imagens de fMRI que mostram áreas de fluxo sanguíneo aumentado, que dão mapas da atividade cerebral com uma resolução de 2 mm, os cientistas da UC Irvine relatam dois resultados principais. Primeiro, nenhuma região específica do cérebro é exclusivamente responsável pela identificação do movimento auditivo, em contraste com o córtex visual que têm regiões específicas sensoras de movimentos. E segundo, a informação auditiva espacial parece ser processada em uma região neural chamada Planum Temporale, de uma forma que facilita a segregação de múltiplas fontes de som. (Palestra do encontro da ASA 2aPP8, mesmo website acima)
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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.
UMA MELHOR DETECÇÃO DO CÂNCER DA TIREÓIDE deve ser obtido através de uma nova técnica que está sendo desenvolvida pela Clínica Mayo.
O ultrassom é, atualmente, a ferramenta mais sensível para a detecção de nódulos na tireóide e o processo mais econômico de imageamento para a avaliação da glândula tireóide. Entretanto, a enorme maioria dos nódulos descobertos pelo ultrassom (cerca de 95%) são benignos. Freqüentemente o ultrassom e outros resultados de imageadores são ambíguos e não conseguem diferenciar entre nódulos benignos e malignos na tireóide. A única maneira de descartar um diagnóstico de câncer é através da aspiração por uma punção e biópsia. Mais da metade dessas biópsias comprovam a benignidade.
Embora isso possa ser reconfortante para as pessoas que passam por essas biópsias, seria melhor se elas pudessem receber este conforto sem ter que passar por um procedimento caro, invasivo e (como acontece na maioria dos casos) desnecessário.
Azra Alizad, do Colégio de Medicina da Clínica Mayo, desenvolveu uma nova técnica não-invasiva de imageamento, chamada vibro-acustografia (VA), para identificar nódulos na tireóide em tireóides humanas extirpadas envoltas em um gel de tecido. Neste método, o ultrassom é usado para fazer vibrar o tecido em baixas freqüências e as vibrações resultantes podem ser detectadas por um microfone sensível. Tecidos mais duros normalmente produzem um campo acústico significativamente diferente dos tecidos mais macios e a detecção da diferença pode revelar um diagnóstico mais definitivo.
Lesões malignas são mais mais rígidas do lesões benignas; portanto, é razoável se esperar que a VA seja uma ferramenta de detecção e diferenciação de nódulos na tireóide melhor do que a utrassonografia convencional. Embora a técnica ainda não tenha sido testada para realmente detectar câncer de tireóide em experiências clínicas, a vibro-acustografia está passando, atualmente, por avaliação clínica para a detecção de lesões de câncer de mama em pessoas. Se for bem sucedida, esta ferramenta barata e não-invasiva de imageamento representaria um grande avanço em nossa capacidade de atender a pessoas potencialmente portadoras de câncer.
Alizad apresentará seus novos resultados no encontro desta semana da Sociedade Acústica da América (Acoustical Society of America = ASA) em New Orleans. (Paper 3pBB3, ver website do encontro )
RIGIDEZ DE TECIDOS COMO MEDIDA DE SAÚDE.
Matthew Urban e seus colegas do Colégio de Medicina da Clínica Mayo estão projetando novas maneiras para medir a rigidez de tecidos como uma ferramenta auxiliar para diagnose não-invasiva. A monitoração das propriedades materiais de um tecido pode não ser uma medida tão óbvia para sua saúde como suas propriedades biológicas ou químicas, mas mudanças nessas propriedades podem ser um bom indício de doença.
Áreas de rigidez em um tecido, por exemplo, são freqüentemente um bom sinal de alerta para câncer — a premissa básica para o auto-exame das mamas. Da mesma forma, quando se formam tumores cancerosos no fígado ou qualquer outro órgão do corpo, eles são freqüentemente mais rígidos do que os tecidos circundantes, porque há uma maior vascularização para alimentar os tumores.O problema é: como você pode medir a rigidez dos tecidos lá dentro do corpo? Não existe uma coisa tal como auto-exame do fígado.
No encontro da ASA, nesta semana, Urban relata suas últimas experiências, nas quais ele e seus colegas usaram ondas de ultrassom para enviar pequenas vibrações para uma esfera de aço encapsulada em gelatina, um modelo de tecido com uma lesão rígida.
Eles foram capazes de medir a freqüência de resposta da esfera a ondas acústicas em várias freqüências, que podem, então, ser empregadas para determinar a rigidez do material simulacro de tecido. O processo também fornece novos meios não invasivos para a avaliação da rigidez dos tecidos sem a presença da esfera de aço.
Além disso, eles foram capazes de enviar a energia para a esfera sem aquecer a gelatina circundante. Isto é um dos desafios no emprego de ultrassom altamente focalizado, porque a energia acústica pode ser absorvida pelos tecidos circunjacentes na forma de calor. (Palestra 3pBB1, mesmo website acima)
RECRIANDO O MUNDO DENTRO DE SUA CABEÇA.
O primeiro uso de sons de realidade virtual individualizados em um ambiente de [Espectrografia de] Ressonância Magnética funcional (functional MRI = fMRI) feito para reproduzir uma experiência natural acústica para estudo do funcionamento do cérebro, pode fornecer uma explicação melhor para o efeito "cocktail party" — o processo pelo qual tentamos fazer sentido de uma conversa em uma festa apinhada de gente, mesmo quando outras conversas potencialmente causadoras de distração continuam a acontecer ao mesmo tempo.
Novas espectrografias com uso de fMRI estão auxiliando os pesquisadores a compreender como o cérebro segrega objetos no espaço quando uma pessoa ouve, mas não necessariamente vê, múltiplas fontes de som. No laboratório de Kourosh Saberi na Universidade da Califórnia em Irvine, pacientes humanos são expostos a vários sons. Algumas vezes os sons vêm de diferentes posições próximas ao paciente. enquanto em outras diversos sons vêm de uma mesma posição.
Ao examinarem as imagens de fMRI que mostram áreas de fluxo sanguíneo aumentado, que dão mapas da atividade cerebral com uma resolução de 2 mm, os cientistas da UC Irvine relatam dois resultados principais. Primeiro, nenhuma região específica do cérebro é exclusivamente responsável pela identificação do movimento auditivo, em contraste com o córtex visual que têm regiões específicas sensoras de movimentos. E segundo, a informação auditiva espacial parece ser processada em uma região neural chamada Planum Temporale, de uma forma que facilita a segregação de múltiplas fontes de som. (Palestra do encontro da ASA 2aPP8, mesmo website acima)
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PHYSICS NEWS UPDATE é um resumo de notícias sobre física que aparecem em convenções de física, publicações de física e outras fontes de notícias. É fornecida de graça, como um meio de disseminar informações acerca da física e dos físicos. Por isso, sinta-se à vontade para publicá-la, se quiser, onde outros possam ler, desde que conceda o crédito ao AIP (American Institute of Physics = Instituto Americano de Física). O boletim Physics News Update é publicado, mais ou menos, uma vez por semana.
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Como divulgado no numero anterior, este boletim é traduzido por um curioso, com um domínio apenas razoável de inglês e menos ainda de física. Correções são bem-vindas.
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