Publicado em 26 de junho de 2005 | Versão impressa |
Elio Gaspari |
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Retardatário
Por determinação do procurador Mário Lúcio Avelar, foi preso em Brasília e posteriormente transferido (algemado) para Cuiabá o engenheiro Antonio Carlos Hummel, diretor de Florestas do Ibama.
Acusado de tenebrosas traficâncias era a maior autoridade a bordo entre os 93 passageiros do camburão da Operação Curupira.
Quando o procurador soube que a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, não queria falar do funcionário por não ter visto o inquérito onde estariam listadas as acusações contra ele, o doutor Avelar respondeu: “Se ela quiser, eu envio para ela. Já mandei uma cópia para a Polícia Federal, é só ela pedir e vai entender tudo”.
Um dia depois, o procurador pediu a libertação de Hummel. O engenheiro, com 23 anos de ficha limpa no serviço público, gramou quatro noites na cadeia.
No último dia 7 a Comissão de Processo Disciplinar instaurada no Ibama, solicitou ao procurador uma “cópia integral” do inquérito. (Ofício CPAD n 1/2005.)
O que está faltando ao Eminente Procurador Mário Lúcio Avelar é um processo criminal por "Denunciação Caluniosa" (crime previsto no Código Penal), devidamente agravado por se tratar de Funcionário Público em exercício da função, por ter sido praticado de maneira torpe e cruel, por ter exposto o Engenheiro Hummel à humilhção pública sem provas.
O que está faltando à Polícia Federal (e, de resto, às Polícias do Brasil em geral) é a proibição do uso de algemas e por qualquer um na "caçapa" do "camburão", e cadeia em quem fizer isso! Essa merda de país não é Estados Unidos!
O que está faltando é um processo criminal e de impeachment contra o Juiz que expediu o Mandato de Prisão sem analisar os "elementos de convicção" no Pedido do Pulha do Procurador.
E é essa merda que passa por "justiça" no Brasil.
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